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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Experiências germânicas 1

Marinheiro de primeira viagem.

Minha primeira vez na Alemanha, foi também a primeira na Europa e primeira viagem internacional a trabalho. Faz tempo.
Vamos ver o que eu me lembro. Lembro que tive alguns probleminhas.
Trabalhava na Westphalia Separator em Hortolândia e a sede fica em uma cidade chamada Oelde na região de Nordrhein-Westfalien.
Segundo o pessoal de lá, a região mais desenvolvida da Alemanha. Isso, depois de um tempo, ficou suspeito para mim. Todas as cidades que fui depois, em diferentes regiões, o pessoal sempre fala que é a região mais desenvolvida da Alemanha.
A cidade tinha mais ou menos 25 mil habitantes, vivia em função da empresa em que eu trabalhava.
Fiz o trajeto que me aconselharam aqui no Brasil. Viagem com várias trocas de trem e baldeações, cheguei lá em umas 20 horas, entre avião e trem.
Tive então minha primeira surpresa: chegando lá o hotel estava fechado.
Vi que tinha um bar ao lado do hotel e fui lá ver se conseguia alguma informação.
Ninguém falava inglês, meu alemão era de básico para médio (agora piorou muito, perto do zero), mas mesmo assim consegui alguma coisa.
Me informaram que os hotéis não funcionavam 24 horas e no "check in" te davam uma chave da porta da frente para você poder entrar a noite.
Descobri que o dono do bar era também dono do hotel, mesmo assim a garçonete do bar disse que não poderia fazer nada, pois trabalhava só no bar.
Coisas estranhas me passaram pela cabeça. Um colega que morava lá tinha me falado que em caso de emergência procura-se uma cabine telefônica, (é, na época ainda existiam) pois eram fechadas, grandes e tinham aquecimento. Depois de muita negociação num misto de alemão, inglês e português a moça concordou em chamar uma funcionária do hotel para me atender. Respirei aliviado, mas não por muito tempo.

No hotel.
Não tinham quartos disponíveis, pois como demorei a chegar, a reserva tinha expirado e tinham colocado outra pessoa em meu lugar. Mais negociações...
Tinha um quarto, me informaram que não estava arrumado e que tinha algum problema, que não consegui entender qual era. Falei que ficaria na primeira noite nele mesmo com o problema.
Desfiz as malas e quando estava pronto para tomar um banho, ou seja, já sem roupa, batem a porta. Era um senhor que havia se hospedado no mesmo quarto e tinha esquecido a chave do carro em algum lugar e só faltava ali para procurar. Esse era o problema e por sorte estava lá e ele achou rápido.
Após o banho eu estava com fome e vi que deixaram uma maçã lá. Já era tarde, decidi então voltar ao bar do lado do hotel.
A cerveja era muito boa e produzida na própria cidade. "Marca" Potts (Jamais imaginei que no futuro ouviria falar dela de novo, mas isso é outra história).
Depois de tudo aquilo eu achei que meu alemão estava bom e arrisquei pedir um prato do cardápio sem a ajuda da garçonete, para não incomodá-la mais, nem a mim, com problemas linguísticos.
Pelo nome parecia ser um prato bem servido com carne e legumes. Chegou uma sopinha de camarões. Tudo bem, acabei com ela em um minuto.
Bebi mais umas cervejas e fui ao quarto traçar aquela maçã.

No trabalho.
Fui no verão. Como a cidade é pequena, todos vão trabalhar a pé ou de bicicleta.
Chegando lá notei que a segurança praticamente não existia. Não precisava. O porteiro, muito solícito, me acompanhou ensinando o caminho ao departamento onde eu tinha que ir e disse que nos próximos dias eu poderia chegar e ir direto para lá sem passar pela portaria.
O caminho lá dentro era estranho, parecia o início dos filminhos do agente 86.
O alemão que trabalhei e organizou minha visita era muito gente boa, mas tinha um olhar de maluco. Me avisaram aqui no Brasil, que ele fitava as pessoas só com os olhos, não girava a cabeça. Achei sinistro.
Comecei a testar, me movimentando sem causar suspeitas e olhando para ver se era isso mesmo que ele fazia. Era. Só que nada sinistro como eu havia imaginado, mas cômico.
Ele trabalhou comigo nos primeiros dias e nos outros me levava a outros setores e apresentava à pessoa com quem eu iria trabalhar.
Me deu as dicas para almoçar. Lá, como a cidade é pequena, muitos almoçavam em casa.
Alguns levavam marmitas de casa e outros, que foi o meu caso, tinham que ir a uns restaurantes que serviam a comida mais rápido, pois o tempo de almoço era curto.
Esses restaurantes pareciam umas padarias com pequenos balcões e banquetas para se sentar e outros para comer em pé mesmo. A comida era boa e barata nesses lugares.

A cidade
Me dei conta de quão pequena era a cidade quando fui apresentado a uma colega e ela falou que já havia me visto na cidade e achava que eu era o brasileiro que iria trabalhar naquele dia com ela.
Sou descendente de europeus e não fazia menor idéia de como ela soube que eu era brasileiro. A Marcinha falou que é pelo jeito de andar. Realmente os alemães andam meio travadões, bem diferente da gente.
À noite descobri bons restaurantes e me surpreendeu que uma cidade tão pequena pudesse ter tantos bons restaurantes. Numa cidade do mesmo tamanho no Brasil com certeza não teria nenhum.
Existia um "centrinho" todo ajeitadinho. Crianças andando de bicicleta com uma bandeirinha amarela obrigatória, para que os carros pudessem vê-las. Típicas construções alemãs.
Parque municipal com grande área verde e uma piscina pública lá no meio. Eventos de época nos finais de semana.
Acabei conhecendo um casal de brasileiros que morava lá a mais de um ano. O cara me deu várias dicas da cidade e de como são os alemães em geral, o que pude confirmar depois no futuro.

A volta.
Me deram a dica de voltar também de trem, mas num trem diferente do qual eu havia ido para lá.
Tinha vidros grandes e no trecho entre Dusseldorf a Frankfurt ele ia praticamente ao lado do Reno. Te davam uma revistinha que ia explicando uma série de locais históricos e turísticos do caminho. Muito legal.

Nossa!! Achei que iria escrever sobre minhas experiências germânicas e só escrevi uma até agora. O resto fica para as próximas.
Abraços,
Magrão.

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