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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vida de consultor do outro lado do mundo – Email4

Vida de consultor do outro lado do mundo – Email4

Após um longo tempo estou postando mais uns e-mails daqueles que enviei para o Brasil quando estava em Seul. Se quiserem rever as primeiras mensagens é só ir ao final dessa página e clicar em postagens mais antigas.

Lembrando que algumas coisas que escrevi eram novidade para mim na época, pois não existiam no Brasil, é o caso dos cinemas IMAX que agora nós temos por aqui.
A mensagem é de julho de 2004.

Fala moçada.
Acharam que eu não ia mais escrever, certo?
Vocês não vão se livrar de mim tão fácil.
 
Na verdade passei uns dias no Brasil e agora estou de volta ao oriente.
Antes de voltar ao Brasil tinha visitado uns castelos aqui, mas na verdade você só precisa visitar um, pois são todos muito parecidos. No caminho passei numas praças onde ficam um monte de velhinhos conversando, dançando, comendo ... é algo que nunca vi no Brasil e bem comum aqui.
 
Agora é a época das chuvas aqui e chove quase todos os dias.
Eles me disseram que as chuvas estão um pouco atrasadas e que deveria ter começado duas semanas antes.
Assim como no Brasil o tempo está maluco aqui também.
 
Fim de semana assisti a fórmula um e é estranho assistir domingo a noite o que vocês assistem de manhã aí.
De resto é igualzinho o Rubinho não consegue ganhar assistindo daqui também.
 
Fui visitar o mais alto edifício de Seul.
Nele tem aqueles cinemas IMAX que é bem interessante, um aquário, um minishopping center, restaurantes e logicamente um “observation deck” no topo do edifício.
 
No trabalho quando cheguei aqui perguntei como se falava bom dia em coreano, eles me ensinaram e disseram que já sabiam como era em português e para minha surpresa falaram "Bom dia, senhor".
Com esse "senhor" no fim tava na cara aprenderam com o Eberhard.
E quem eu encontro na minha volta, sim ele, Ebehard também estava de volta a Coréia xingando o tempo, a comida e falando em português com todo mundo.
 
Falando um pouco sobre as diferenças culturais.
Os brasileiros quando saem para um boteco falam sobre o que?
Logicamente num grupo de homens falam 50% sobre futebol e 50% do tempo sobre mulher.
Num grupo de mulheres falam 99,9% sobre homens. certo?
Aqui é engraçado nunca falaram sobre mulher.
Os assuntos são bebida, comida, bebida, esportes, bebida, bebida, bebida.
 
Na verdade falam sobre tudo.
Tem pessoas muito bem informadas.
Fiquei impressionado com um coreano que me perguntou como foi a transição da capital do Rio para Brasília pois aqui eles planejam mudar a capital também para outra cidade. Eles tem muita curiosidade sobre a gente.
Ao mesmo tempo, como no Brasil, uma parcela da população não tem muita informação.
Uma dona de restaurante quando os coreanos falaram que eu era brasileiro achou que eles estavam brincando pois eu não era negro. Provavelmente ela só conhece jogadores de futebol do Brasil.
O futebol realmente é um fenômeno aqui e eles me disseram que hoje em dia, depois de uma copa ter sido aqui, é provavelmente o segundo esporte do pais.
 
Respeitam muito os mais velhos, vejo várias vezes jovens dando seu lugar para os mais velhos nos ônibus e metrôs. Isso temos a apreender com eles.
São muito cordiais também e embora tenha o problema da língua sempre tentam te ajudar.
São muito conservadores.
Quando souberam que a mãe viúva de um consultor ia se casar de novo, falaram que isso dificilmente aconteceria aqui. Eles dificilmente se casam duas vezes.
Dão muita importância ao casamento e o cara que não se casa até os 30 anos não é bem visto.
Eles falaram que apenas dois caras que participam do projeto não conseguem casar.
Aí eu dei o exemplo dos alemães do primeiro projeto na Varig onde vieram oito homens e cinco se casaram com brasileiras e sugeri eles mandarem esses 2 caras para conhecer nossa terrinha.
Gostam de mostrar as coisas deles e explicar as tradições e sabem também que é difícil para nós entendermos algumas coisas da cultura deles.
Mostrei para eles fotos de quando estive em Canoa Quebrada e os caras adoraram.
Aqui tem muitas praias bonitas mas todas pequenas, quando falei que lá em Canoa a gente anda de Boogie por mais de cem quilômetros na praia, ficaram loucos.
Eles não fazem a menor idéia do que é isso, aqui tudo é apertado pois vive muita gente em muito pouco espaço.

Não sei se já falei isso mas estou em um apto que fica no 30 andar do prédio de apartamentos mais alto de Seul. Quando não chove a vista é legal.
No banheiro tem aquelas privadas que fazem tudo para você, tem uns desenhinhos explicativos, mas como é escrito em coreano e como eu vi a experiência do Ebehard com esses “cockpits” uso só da maneira tradicional.
Na entrada tem um lugar para deixar os sapatos e na cozinha tem uma televisãozinha em tela de cristal líquido.
Aliás em todos lugares aqui tem televisão lojas, restaurantes e até nos ônibus circulares.
 
Valeu pessoal, até mais.
Abraço a todos.