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terça-feira, 30 de agosto de 2011

França e franceses

França e franceses

Minha esposa já foi a trabalho algumas vezes para França. Ela adora e para ela um lugar que as pessoas deveriam conhecer é Paris.
Nunca tive a oportunidade de ir a Paris. Vamos juntos um dia. Está na nossa listinha de “coisas a fazer”.

Apesar disso já tive uma experiência profissional na França, em Marignane.
Sul da França, região da “Provence”.
Mesmo tendo ido durante o período de “meia estação”, quase inverno na Europa, os dias eram quentes e as noites com um friozinho agradável nessa região que conheci.
A economia da cidade gira em torno da empresa Eurocopter e do aeroporto internacional que existe por lá.
Fui para reuniões de KT (jargão utilizado no mundo coorporativo principalmente na área de TI, Knowledge Transfer) para iniciar minha atuação no projeto.
Tinha acabado de chegar ao projeto e viajei quase que imediatamente para lá.

Como fui “às pressas” não tive muito tempo de me preparar com aquelas coisas básicas que sempre é bom saber. Isso me fez conhecer o famoso mau humor dos franceses.
Logo na minha chegada ao hotel fiz o “check in” e ao entrar no elevador percebi que um casal com várias malas estava chegando, segurei a porta até eles chegarem.
Eles me agradeceram em francês e como eu não sabia a expressão “de nada” em francês falei em inglês mesmo. Por ser uma língua latina, algumas coisas a gente entende do francês e escutei eles comentarem bem mal humorados: “Esses estrangeiros vêm para cá e nem se preocupam em aprender Francês”.

Sobre a estadia.
Foi legal ver uma série de helicópteros de todos os tamanhos e modelos sendo produzidos e testados. Muita tecnologia, design, beleza.
Uma coisa legal também sobre minha estada lá aconteceu por sorte, pois peguei dia do lançamento do Beaujolais nouveau.
Não sou conhecedor do assunto, mas esse vinho segundo as informações tem que ser tomado fresco sem tempo de envelhecimento e tem uma data anual nacional para o seu lançamento. Nesse dia os Franceses param para experimentar o vinho da safra. O Hotel servia algumas marcas para degustação em seu “lobby”. Muito bom.
Na empresa esse é o único dia que permitem bebida alcoólica em suas dependências e os vinhos são vendidos nos refeitórios para acompanhar o almoço.
Aliás o almoço na empresa era muito bom, com várias opções e sempre com uma variedade enorme de queijos.

Sobre a região.
Um colega aqui do Brasil chegou lá alguns dias depois e levou a sua esposa.
No final de semana fomos a Marselha que fica a meia hora de lá de ônibus. Região muito bonita, com morros de uma cor meio esbranquiçada
Cidade tradicional e histórica da França. Caminhamos da estação principal até o “velho porto” onde há uma marina de onde saem vários passeios tanto de barco como de terrestres. No caminho o que chamou a atenção foram ruas estreitas antiguíssimas onde hoje mora o pessoal de baixa renda. Tudo é preservado. Tem uma feira de rua enorme onde se vende e se troca de tudo. Deu para perceber que é organizada por imigrantes, principalmente do norte da África.
Chegando à marina comprei um passeio até a igreja Notre Dame de la garde, a vista de lá é imperdível. A cidade é plana e ela fica num morro no ponto mais alto da cidade.
Lógico, historicamente era o lugar utilizado para proteger a cidade.
Caminhar pela cidade é gostoso. Meus companheiros de passeio nunca tinham ido a Europa e curtiram bastante.

Sobre pessoas.
Lá conheci o Philippe e a Celine que foram meus contatos e com quem trabalhei todo o projeto. Conheci também o Laurent e o Xavier que trabalhavam em outras áreas do mesmo projeto e foram bem prestativos na minha passagem por lá.
Eles vieram algumas vezes ao Brasil, o Philippe adorava. Principalmente o calor. Humano e climático.
Quem via o trabalhando todo arrumado e carrancudo lá na França e todo à vontade por aqui, fazendo o movimento de esticar os braços quando saia ao sol na hora do almoço, logo percebia sua satisfação de estar nos trópicos. Perderam sua mala na viagem e mesmo assim continuou alegre. Gostou muito da comida mineira, mas também, quem não gosta?
Já com a Celine era o contrário. Teve razões: tinha uma filhinha nova e estava grávida.
Na primeira vez que esteve por aqui, antes de eu a conhecer, ficou doente. Foi na época da gripe suína e como veio de um país estrangeiro teve que passar uns dias “quarentena no hospital”. Não comentava, mas deve ter detestado as vindas para cá.

Os outros dois que eu havia conhecido lá eram animados e cabeça “aberta”, o Xavier participava sempre dos nossos eventos, gostou da feijoada e até aprendeu a jogar truco com a gente. Viu que a gente tomava cachaça e cerveja nas trucadas e numa das suas vindas trouxe uns vinhos franceses de qualidade. Foi a trucada mais chic que já participei.
Vieram vários outros estrangeiros durante o projeto e como ficam pouco tempo a cada vinda para cá, a melhor maneira de identificá-los é dando apelidos relacionando-os com famosos. Tinha a Miriam Leitão, o Sting, o Marcelo Tass, ...

Só para matar a curiosidade de quem não sabe, de nada em francês é “de rien”. Não vou mais esquecer.