Bem vindo ao meu Blog

Histórias e "causos" proporcionados pela vida coorporativa.
Sem stress, fora do trabalho
Veja a idéia clicando nas páginas: Souvenir, Vida de consultor

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Golpes de sorte

Como aqui só escrevo as coisas legais da vida de consultor, tenho que escrever sobre alguns “golpes de sorte” que tive.
Nesses casos sorte foi fazer coisas e viagens que não esperava fazer.

Sorte em Viena.
Uma equipe bem grande do Brasil iria participar de um evento da consultoria que trabalhávamos e também fazer um trabalho de início de projeto na Áustria.
A equipe já estava definida.
Eu estava iniciando no projeto e não era para eu ter ido, porém houve dois fatores inesperados:
Outra empresa alemã do mesmo grupo que tinha também filial no Brasil e também iria começar um projeto na minha área queria fazer algumas reuniões. Como a Alemanha é vizinha da Áustria mandariam alguém lá para me encontrar.
Uma consultora lá da Áustria pediu para que eu e outra colega consultora da minha área também fôssemos, pois queria passar algumas informações.
Não teve jeito hehe, fui para lá junto do pessoal. Mas a sorte ainda não foi essa.

No evento da empresa foram reunidos profissionais da consultoria que ficavam espalhados pelo mundo todo. Como eu estava lá participei do evento também.
Ele ocorreu em um hipódromo. Tudo bem organizadinho.
Na entrada cada um preenchia um papel com seus dados ganhava um crachá e colocava um papel numa urna.
Numa área reservada, cada país tinha uma bancada onde apresentava coisas típicas da sua terra (Os brasileiros faziam caipirinhas). Além da Áustria tinha gente da Índia, Suécia, Alemanha, China e alguns outros lugares. Só por isso já estava bem legal.
Num determinado momento, chamaram todos para um trenzinho que dava acesso a um parque de diversões bem tradicional de Viena. Ficamos umas duas horas por lá. Havia uma roda gigante com vista legal da cidade e o rio Danúbio. Fantástica.
Voltando ao hipódromo revelaram que havia um prêmio e sortearam alguns nomes daquela urna na entrada do evento.
Os sorteados participariam de uma corrida de surke (mini charretes) onde corredores profissionais correriam levando cada um dos sorteados ao seu lado na charrete.
Nunca havia sido sorteado para nada na minha vida, nem em quermesse. Foi uma surpresa enorme quando chamaram meu nome.
De repente me vi vestido com um macacão especial, no hipódromo de Viena correndo a uns 50Km/h puxado por um cavalo. Houve outra colega brasileira que também foi sorteada, inclusive ganhou a corrida e teve direito a abrir um barril de cerveja após a corrida.
Realmente foi muita sorte.
Fora isso, Viena é maravilhosa. Era ano do centenário de Mozart e havia várias exposições/concertos sobre o compositor. Foi muito bom conhecer esse lugar.

Munique
Outro golpe de sorte foi quando já estava há algum tempo sem viajar ao exterior e sem perspectivas para isso.
O coordenador do projeto estava meio nervoso aqueles dias. Foi chamado para reuniões às pressas na Alemanha. Ele é turco e se deu conta que seu visto para entrar na Alemanha estava vencido. Tinha que escolher alguém para substituí-lo.
Lá fui eu.
Para alguns isso seria considerado falta de sorte. Tive um dia apenas de preparação, as reuniões foram “punk”, mas compensou.
Pelo menos conheci um lugar que sempre quis conhecer.
Aconteceu outra coisa legal também nessa viagem.
Cheguei com muito frio. Até para caminhar do metrô ao hotel, que era bem perto, foi difícil. Logo em seguida olhei pela janela do quarto do hotel e ninguém andava pela rua escura.
Tinha que acordar cedinho para ir ao trabalho. Deixei a cortina aberta.
Dormi e quando acordei com a claridade vindo janela. Tudo branco. Bonito.
Foi a primeira neve a cair naquele ano na Alemanha. Foi também a primeira vez que vi neve, ao vivo e a cores (branco hehe).
Já tinha ido ao hemisfério norte no inverno, mas não houve neve e até então era meio “frustado” por isso. Dessa vez acabou a espera. Golpe de sorte.

Munique foi a única viagem ao exterior que meus pais fizeram. Foram às olimpíadas de 1972. Nessa época eu tinha 10 anos e começava a me interessar por esportes. Ficava aqui no Brasil vendo notícias dos jogos e imaginando meus pais lá.
Foi legal conhecer muito tempo depois. No final de semana fui ao estádio olímpico que estava particularmente bonito coberto de neve. Experimentei muita cerveja da região e comida típica.
Na volta, à noite, no caminho para o aeroporto passei pelo Allianz Arena que acabava de ser construído para a copa do mundo. Estava todo iluminado. Dez.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Passagem por Portugal, não é piada é tudo verídico

Olá pessoal,

Fiz uma viagem para a Áustria, mas como os vôos pela TAP (empresa aérea Portuguesa) tinham lugares
e a passagem estava com preço bom, a secretária resolveu comprar por essa
companhia.
Não se deu conta que tinha longo tempo de espera em Lisboa na ida e
pernoitar em Lisboa no vôo de volta.
Depois descobri que isso é uma política da TAP juntamente com o órgão de
turismo de Portugal. O intuito é que se conheça um pouco do país e tenha vontade de voltar a
turismo.
O hotel para esse pernoite é cortesia da TAP.
Quando soube disso achei a iniciativa interessante e pensei: até que os
"patrícios" são inteligentes.
Estava com colegas do trabalho e embora não precisássemos pernoitar na ida
tivemos um tempinho para passear pela cidade.
 
Fomos até aqueles lugares de informações turísticas no aeroporto e aí
comecei a me sentir em Portugal, daquele que a gente ouve falar.
Tive o seguinte diálogo com a atendente:
- Ficaremos por volta de 5 horas em Portugal o que podemos fazer?
- Pode fazer o que quiser.
- Sim, mas vocês tem algum passeio que dure mais ou menos esse tempo para
nos sugerir?
- Não.
Nesse meio tempo uma colega falou - Já estive aqui e me lembro de um local
onde podemos comprar “souvenirs” e comer pastéis de Belém só não me lembro
bem o nome do local.
Continuei minha conversa com a atendente.
-Você sabe onde podemos comer pastéis de Belém?
-Em Belém. Ora pois.
-Sim mas em Lisboa não há um local para comer pastéis de Belém?
-Não. Se querem comer pastéis de Belém tens que ir a Belém, ora pois.
-Não existe algo similar ao pastel de Belém por aqui?
-Sim, mas não são de Belém.
- E quanto custa + ou - uma corrida de táxi até lá?
-Não sei.
 
Nesse ponto desistimos e fomos direto falar com um taxista.
O cara era jovem bem solicito e nos levou ao castelo de São Jorge dizendo
que era muito melhor que ir ao centro, realmente é muito legal com uma vista
maravilhosa da cidade e do Tejo.
 
Na volta quando passando novamente por Lisboa tínhamos direito ao pernoite,
descobri no último momento que me colocaram no mesmo quarto que uma colega
que viajava comigo.
Fui até o balcão da TAP e me informaram: para economizar colocamos pessoas
do mesmo sexo e que fazem a reserva em conjunto no mesmo quarto.
Perguntei:
-Que língua se fala aqui?
-Português, ora pois.
-Me chamo Celso e a pessoa que vocês colocaram no mesmo quarto que eu se
chama Maria.
Achei que ela entenderia a indireta.
Não entendeu. Tive que explicar que não éramos do mesmo sexo.
Desse ponto para frente ela foi bem solicita ligou para o hotel e
conseguimos quartos separados.
No último instante me entregou um papel dizendo -O senhor não precisa pagar
o táxi. Basta entregar esse comprovante para o taxista no final da corrida, mas
atenção não fale nada ao taxista até chegar no hotel senão ele não te leva.
Curioso, segui as instruções e descobri que quem paga a corrida é o hotel só
que isso não é muito claro nem para o hotel e nem para o taxista.
 
A tarde fui passear pela cidade naqueles bondes de turismo pelo centro
velho.
É cheio de ladeiras e ruas estreitíssimas
O motorneiro conseguiu bater o bonde em um caminhão parado perto dos
trilhos. Riscou o bonde de fora a fora.
Começou uma discussão lusitana pra ver quem era o culpado, foi hilário, um
brigava porque o outro parou perto dos trilhos, o outro perguntava por que o
bonde não parou se não dava para passar.
Só eu entendia a discussão e dava risada, a maioria dos turista não entendia
uma palavra em português e ficava me olhando tentando entender porque eu ria
da trágica situação. A discussão só terminou quando 15 minutos depois chegou
outro bonde e obviamente não conseguia passar.
Detalhe: por muito pouco quando foi passar não bateu no caminhão também.

A parte boa, é que comi uma bacalhoada maravilhosa perto elevador de Santa Justa e a
sobremesa foi pastéis de nata, já que pastéis de Belém, só em Belém, ora
pois.
Falou moçada até o próximo.
 
Magrão.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vida de consultor do outro lado do mundo – Email4

Vida de consultor do outro lado do mundo – Email4

Após um longo tempo estou postando mais uns e-mails daqueles que enviei para o Brasil quando estava em Seul. Se quiserem rever as primeiras mensagens é só ir ao final dessa página e clicar em postagens mais antigas.

Lembrando que algumas coisas que escrevi eram novidade para mim na época, pois não existiam no Brasil, é o caso dos cinemas IMAX que agora nós temos por aqui.
A mensagem é de julho de 2004.

Fala moçada.
Acharam que eu não ia mais escrever, certo?
Vocês não vão se livrar de mim tão fácil.
 
Na verdade passei uns dias no Brasil e agora estou de volta ao oriente.
Antes de voltar ao Brasil tinha visitado uns castelos aqui, mas na verdade você só precisa visitar um, pois são todos muito parecidos. No caminho passei numas praças onde ficam um monte de velhinhos conversando, dançando, comendo ... é algo que nunca vi no Brasil e bem comum aqui.
 
Agora é a época das chuvas aqui e chove quase todos os dias.
Eles me disseram que as chuvas estão um pouco atrasadas e que deveria ter começado duas semanas antes.
Assim como no Brasil o tempo está maluco aqui também.
 
Fim de semana assisti a fórmula um e é estranho assistir domingo a noite o que vocês assistem de manhã aí.
De resto é igualzinho o Rubinho não consegue ganhar assistindo daqui também.
 
Fui visitar o mais alto edifício de Seul.
Nele tem aqueles cinemas IMAX que é bem interessante, um aquário, um minishopping center, restaurantes e logicamente um “observation deck” no topo do edifício.
 
No trabalho quando cheguei aqui perguntei como se falava bom dia em coreano, eles me ensinaram e disseram que já sabiam como era em português e para minha surpresa falaram "Bom dia, senhor".
Com esse "senhor" no fim tava na cara aprenderam com o Eberhard.
E quem eu encontro na minha volta, sim ele, Ebehard também estava de volta a Coréia xingando o tempo, a comida e falando em português com todo mundo.
 
Falando um pouco sobre as diferenças culturais.
Os brasileiros quando saem para um boteco falam sobre o que?
Logicamente num grupo de homens falam 50% sobre futebol e 50% do tempo sobre mulher.
Num grupo de mulheres falam 99,9% sobre homens. certo?
Aqui é engraçado nunca falaram sobre mulher.
Os assuntos são bebida, comida, bebida, esportes, bebida, bebida, bebida.
 
Na verdade falam sobre tudo.
Tem pessoas muito bem informadas.
Fiquei impressionado com um coreano que me perguntou como foi a transição da capital do Rio para Brasília pois aqui eles planejam mudar a capital também para outra cidade. Eles tem muita curiosidade sobre a gente.
Ao mesmo tempo, como no Brasil, uma parcela da população não tem muita informação.
Uma dona de restaurante quando os coreanos falaram que eu era brasileiro achou que eles estavam brincando pois eu não era negro. Provavelmente ela só conhece jogadores de futebol do Brasil.
O futebol realmente é um fenômeno aqui e eles me disseram que hoje em dia, depois de uma copa ter sido aqui, é provavelmente o segundo esporte do pais.
 
Respeitam muito os mais velhos, vejo várias vezes jovens dando seu lugar para os mais velhos nos ônibus e metrôs. Isso temos a apreender com eles.
São muito cordiais também e embora tenha o problema da língua sempre tentam te ajudar.
São muito conservadores.
Quando souberam que a mãe viúva de um consultor ia se casar de novo, falaram que isso dificilmente aconteceria aqui. Eles dificilmente se casam duas vezes.
Dão muita importância ao casamento e o cara que não se casa até os 30 anos não é bem visto.
Eles falaram que apenas dois caras que participam do projeto não conseguem casar.
Aí eu dei o exemplo dos alemães do primeiro projeto na Varig onde vieram oito homens e cinco se casaram com brasileiras e sugeri eles mandarem esses 2 caras para conhecer nossa terrinha.
Gostam de mostrar as coisas deles e explicar as tradições e sabem também que é difícil para nós entendermos algumas coisas da cultura deles.
Mostrei para eles fotos de quando estive em Canoa Quebrada e os caras adoraram.
Aqui tem muitas praias bonitas mas todas pequenas, quando falei que lá em Canoa a gente anda de Boogie por mais de cem quilômetros na praia, ficaram loucos.
Eles não fazem a menor idéia do que é isso, aqui tudo é apertado pois vive muita gente em muito pouco espaço.

Não sei se já falei isso mas estou em um apto que fica no 30 andar do prédio de apartamentos mais alto de Seul. Quando não chove a vista é legal.
No banheiro tem aquelas privadas que fazem tudo para você, tem uns desenhinhos explicativos, mas como é escrito em coreano e como eu vi a experiência do Ebehard com esses “cockpits” uso só da maneira tradicional.
Na entrada tem um lugar para deixar os sapatos e na cozinha tem uma televisãozinha em tela de cristal líquido.
Aliás em todos lugares aqui tem televisão lojas, restaurantes e até nos ônibus circulares.
 
Valeu pessoal, até mais.
Abraço a todos.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

França e franceses

França e franceses

Minha esposa já foi a trabalho algumas vezes para França. Ela adora e para ela um lugar que as pessoas deveriam conhecer é Paris.
Nunca tive a oportunidade de ir a Paris. Vamos juntos um dia. Está na nossa listinha de “coisas a fazer”.

Apesar disso já tive uma experiência profissional na França, em Marignane.
Sul da França, região da “Provence”.
Mesmo tendo ido durante o período de “meia estação”, quase inverno na Europa, os dias eram quentes e as noites com um friozinho agradável nessa região que conheci.
A economia da cidade gira em torno da empresa Eurocopter e do aeroporto internacional que existe por lá.
Fui para reuniões de KT (jargão utilizado no mundo coorporativo principalmente na área de TI, Knowledge Transfer) para iniciar minha atuação no projeto.
Tinha acabado de chegar ao projeto e viajei quase que imediatamente para lá.

Como fui “às pressas” não tive muito tempo de me preparar com aquelas coisas básicas que sempre é bom saber. Isso me fez conhecer o famoso mau humor dos franceses.
Logo na minha chegada ao hotel fiz o “check in” e ao entrar no elevador percebi que um casal com várias malas estava chegando, segurei a porta até eles chegarem.
Eles me agradeceram em francês e como eu não sabia a expressão “de nada” em francês falei em inglês mesmo. Por ser uma língua latina, algumas coisas a gente entende do francês e escutei eles comentarem bem mal humorados: “Esses estrangeiros vêm para cá e nem se preocupam em aprender Francês”.

Sobre a estadia.
Foi legal ver uma série de helicópteros de todos os tamanhos e modelos sendo produzidos e testados. Muita tecnologia, design, beleza.
Uma coisa legal também sobre minha estada lá aconteceu por sorte, pois peguei dia do lançamento do Beaujolais nouveau.
Não sou conhecedor do assunto, mas esse vinho segundo as informações tem que ser tomado fresco sem tempo de envelhecimento e tem uma data anual nacional para o seu lançamento. Nesse dia os Franceses param para experimentar o vinho da safra. O Hotel servia algumas marcas para degustação em seu “lobby”. Muito bom.
Na empresa esse é o único dia que permitem bebida alcoólica em suas dependências e os vinhos são vendidos nos refeitórios para acompanhar o almoço.
Aliás o almoço na empresa era muito bom, com várias opções e sempre com uma variedade enorme de queijos.

Sobre a região.
Um colega aqui do Brasil chegou lá alguns dias depois e levou a sua esposa.
No final de semana fomos a Marselha que fica a meia hora de lá de ônibus. Região muito bonita, com morros de uma cor meio esbranquiçada
Cidade tradicional e histórica da França. Caminhamos da estação principal até o “velho porto” onde há uma marina de onde saem vários passeios tanto de barco como de terrestres. No caminho o que chamou a atenção foram ruas estreitas antiguíssimas onde hoje mora o pessoal de baixa renda. Tudo é preservado. Tem uma feira de rua enorme onde se vende e se troca de tudo. Deu para perceber que é organizada por imigrantes, principalmente do norte da África.
Chegando à marina comprei um passeio até a igreja Notre Dame de la garde, a vista de lá é imperdível. A cidade é plana e ela fica num morro no ponto mais alto da cidade.
Lógico, historicamente era o lugar utilizado para proteger a cidade.
Caminhar pela cidade é gostoso. Meus companheiros de passeio nunca tinham ido a Europa e curtiram bastante.

Sobre pessoas.
Lá conheci o Philippe e a Celine que foram meus contatos e com quem trabalhei todo o projeto. Conheci também o Laurent e o Xavier que trabalhavam em outras áreas do mesmo projeto e foram bem prestativos na minha passagem por lá.
Eles vieram algumas vezes ao Brasil, o Philippe adorava. Principalmente o calor. Humano e climático.
Quem via o trabalhando todo arrumado e carrancudo lá na França e todo à vontade por aqui, fazendo o movimento de esticar os braços quando saia ao sol na hora do almoço, logo percebia sua satisfação de estar nos trópicos. Perderam sua mala na viagem e mesmo assim continuou alegre. Gostou muito da comida mineira, mas também, quem não gosta?
Já com a Celine era o contrário. Teve razões: tinha uma filhinha nova e estava grávida.
Na primeira vez que esteve por aqui, antes de eu a conhecer, ficou doente. Foi na época da gripe suína e como veio de um país estrangeiro teve que passar uns dias “quarentena no hospital”. Não comentava, mas deve ter detestado as vindas para cá.

Os outros dois que eu havia conhecido lá eram animados e cabeça “aberta”, o Xavier participava sempre dos nossos eventos, gostou da feijoada e até aprendeu a jogar truco com a gente. Viu que a gente tomava cachaça e cerveja nas trucadas e numa das suas vindas trouxe uns vinhos franceses de qualidade. Foi a trucada mais chic que já participei.
Vieram vários outros estrangeiros durante o projeto e como ficam pouco tempo a cada vinda para cá, a melhor maneira de identificá-los é dando apelidos relacionando-os com famosos. Tinha a Miriam Leitão, o Sting, o Marcelo Tass, ...

Só para matar a curiosidade de quem não sabe, de nada em francês é “de rien”. Não vou mais esquecer.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Projetos curtos e causos engraçados

Projetos curtos e causos engraçados.

Nos projetos curtos às vezes nem dá para conhecer direito o local ou a cidade em que estamos.
A gente fica só na correria do trabalho.
Quando o trabalho é em São Paulo, costumo ir e voltar no mesmo dia e acontece a mesma coisa.
O engraçado é que em relação às pessoas também é mais ou menos assim.
Acho que é porque nesses casos não temos tantas oportunidades de sair juntos e falar de outras coisas que não sejam relacionados ao projeto.
A maioria, inclusive eu, volta rápido para suas casas e famílias após o trabalho.
Mas é claro, também ocorrem causos.

Num projeto em Sampa, não tão curto, uma parte foi na Lapa e outra na região de Pinheiros.
Teve muitas histórias, casamento de colega e várias novas amizades. Desse projeto deverão ter outros “posts”, porém nesses dias me lembrei de dois causos dali que tem que ser contados:

O primeiro é a de um carinha que vinha comigo para Campinas num carro alugado pela empresa.
Normalmente íamos em quatro pessoas no carro, mas naquele dia só estávamos nós dois
Ele tinha comprado um presente de aniversário para sua esposa e no meio da rodovia dos Bandeirantes abriu para me mostrar.
Meu! Era uma pequena cobra e ele ficou brincando com ela entre os dedos.
Gritei para ele guardar logo aquele negócio. Ele jurava que ela “não fazia nada”.
No dia seguinte ele me contou que havia ido a uma loja de animais para comprar uma casinha para ela.
O vendedor alertou que ele deveria ter cuidado, pois esse tipo é pequeno, normalmente não ataca, mas é venenosa. Disse também que não deveria ficar brincando com ela nas mãos, pois é comum ocorrer acidentes quando ela toca com os dentes nos dedos da pessoa.
Comentei: - É... por pouco não causou um acidente, automobilístico, no dia anterior.

Outro causo foi a de uma colega Jundiaíense.
Tínhamos dois carros alugados. Um para a turma de Jundiaí e outro para a turma de Campinas.
Fim de expediente. Saí do escritório e fui ao estacionamento. Exausto, tinha ficado até mais tarde e ainda iria pegar o pessoal em outro lugar. Entreguei o comprovante e em minutos veio o funcionário desesperado.
- Cara acho que uma mulher levou seu carro.
Assustei e pensei: vai ser uma longa noite.
Comecei a pedir mais detalhes. Quando o rapaz começou a descrever a mulher... bingo! Me toquei.
Os carros alugados eram parecidos, mesmo modelo e com chaveiros iguais da mesma locadora. Haviam entregado para minha colega de Jundiaí o nosso carro.
Peguei o celular e liguei para ela. Ela estava no pedágio e só por isso atendeu a ligação. Disse que eu estava atrapalhando ela dirigindo. Quando estava começando a ficar brava comigo falei:
- Você pegou o carro errado. - Você foi até o pedágio e não percebeu? He he he.
Aí ela disse:
- Nossa! Eu tava vendo que tinha algo diferente, mas não sabia o que era. - Nossa! O rádio é outro. Bem que eu vi que na ida estava em outra emissora.
Após tudo esclarecido convenci com facilidade o rapaz do estacionamento, que ainda estava assustado, a me entregar o outro carro para que eu pudesse voltar pra casa.
Pensei: Ufa! Vou descansar.

Teve um projeto rápido, também em Sampa no bairro do Limão.
A empresa cliente era agradável de trabalhar, mas o local era péssimo. Algumas quadras da marginal num lugar ermo.
Lá fiz muitos amigos. Já conhecia o Ramiro do projeto de Porto Alegre, a Vera conheci lá e como foi na época em que ela se casou ficou marcado na lembrança. O gerente de projeto do lado do cliente se chamava Michael. Era um Dinamarquês, tinha mais ou menos 2,05 m de altura. Como normalmente é difícil eu ter que olhar para cima para conversar com alguém, isso também marcou. Tinham dois Marcelos, os dois muitos legais. Um deles foi com o Michael desfilar no carnaval do Rio, muitas histórias. A equipe estava bem unida e ficou uma amizade legal, apesar do curto tempo de trabalho juntos.

Projeto em Guarulhos, pessoal também legal. Local feinho, feinho. Ao lado da via Dutra.
Tinha um rapaz de Itapira. A cidade tem fama de ser de malucos, devido aos vários hospitais psiquiátricos de lá. O “figuraça” confirmava um pouco isso.
Dizia que conhecia toda a cidade e tinha mais de 20 mil amigos lá. Contou a lenda de um dragão supostamente enterrado sob a cidade e que um dia vai se levantar e destruir toda a região.
Disse que o apelido da cidade é “A linda”.
Pesquisei sobre o apelido e é verdade. Existe também uma lenda urbana sobre esse dragão, mas isso não impediu que “zoássemos” muito com ele. Ele ficava o tempo todo vendo os aviões que decolam do aeroporto dizendo que um dia iria ver um “stolando”.
Tive que passar algumas noites em claro por conta desse projeto.
Isso passa.
Uma vez por semana almoçávamos no restaurante “Caipira” na Dutra..
O Marcio, a Beth, o Amilton, o Betão, a Dani, o Webert e lógico o Itapira eram minhas companhias costumeiras. Comida excelente. Fui com esse pessoal algumas vezes ao boliche também. Diversão garantida.
Às vezes pintava também um joguinho de sinuca no horário de almoço com o Fabio e o Petterson.
Isso fica.
Da cidade em si, ôôô lugar descuidado. A única coisa que me lembro de agradável é o parque Maia.

Outro desses projetos “relâmpagos” foi em Piracicaba, cidade vizinha da cidade onde nasci Limeira.
A cidade está diferente, é agradável, sempre gostei de lá.
Relembrei do sotaque característico (divertido), da ESALQ, do rio Piracicaba. Não encontrei as pamonhas, mas ainda tem muito caldo de cana vendendo na rua.


quinta-feira, 30 de junho de 2011

Boa Viagem

Convidando para uma caminhada.

Sem histórias dessa vez.
Não sou guia turístico, mas vou falar um pouquinho do Recife.
Mais especificamente de Boa Viagem.

Das praias urbanas, dentre os lugares que eu conheci melhor. Quero dizer: trabalhei.
Boa Viagem é uma das mais legais.
Não é daquelas de águas limpinhas, areia branquinha, mas também não é feia. Com o sol nota-se na água várias tonalidades de verde e azul.
É urbana e a principal de uma cidade bem grande no Brasil na poderia ser um primor de limpeza.

Convido então para uma caminhada pela orla.

Tem calçadão com ciclovia de vários kilômetros de extensão. Temperatura sempre alta. Vento constante vindo do oceano, quiosques de água de coco, salgadinhos e cerveja a cada 50 metros.
Saindo de Pina (mais perto do centro da cidade) em direção a Piedade, logo chega se a região dos três jardins.
São três jardins mesmo, um em seguida do outro, entre a avenida da praia e os prédios. É onde se concentram barzinhos, boates e restaurantes mais sofisticados.
Nesse ponto, saindo um pouquinho da orla, uma quadra para dentro tem o “Parraxaxá”, restaurante de comidas típicas nordestinas e quase ao lado tem o “Companheiros” com petiscos e pratos de camarões excelentes.
Voltando a orla vale à pena conhecer o “Boteco” e o “Guaiamum Gigante” para saborear porções e tomar cervejas bem geladas, no calor do Nordeste isso é fundamental.

No calçadão há sempre muita gente caminhando. Nessa altura do passeio temos pistas de skate, quadras de tênis e alguns playgrounds para a criançada ao lado do calçadão.
Um pouco mais a frente começam a aparecer locais para se fazer ginástica. Muita gente aproveitando. Desde o “povão” até alguns “personal trainners” acompanhando os clientes nos seus exercícios.

Na areia o pessoal costuma jogar futebol, vôlei e também caminhar. Já vi equipes de futebol americano treinando por ali também.
Nessa região tem uns carinhas que fazem castelos de areia incríveis para ganhar uns trocados. Tem também uns tiozinhos jogando dominó ao lado do quiosque.
Um pouco mais a frente numa rua paralela a da praia tem o restaurante Ilha dos navegantes. Muito bom. Ensopado de Aratu (um tipo de caranguejo) é a pedida, acompanhado de bom chope ou sucos naturais.

Seguindo pela praia pode-se continuar vendo alguns grupos na areia conversando, fazendo luau. Clima bem descontraído. Várias redes de vôlei e fut-vôlei.
Seguindo a caminhada no calçadão aos poucos a faixa de areia diminui e quando a maré está alta a água começa a bater numas pedras, o que torna a caminhada um pouco diferente, da vontade de ficar olhando o movimento das águas.
Quando a maré está baixa aparecem os arrecifes lá no fundo segurando a água.
Há alguns restaurantes, churrascarias e rodízios de pizza por ali. Por ali ficam vários hotéis, é a região dos turistas.

Um pouco mais a frente para delírio das mulheres e tristeza dos homens chega se a uma grande feira de artesanato. É a praça Boa Viagem. Existe ali uma tradicional igreja.
O legal mesmo disso tudo é o astral. Bem brasileiro.
Em junho tem festa junina nordestina todo dia.

A parte chata dessa caminhada é que a duas quadras da praia em avenidas movimentadíssimas tudo se modifica. Ruas esburacadas, muito lixo, muita confusão e outras coisinhas mais.
Na verdade também bem tipicamente brasileiro. Misturado por ali há bons restaurantes dividindo espaço com vendedores de espetinhos e cerveja nas esquinas cercadas de cadeiras de plástico e pessoal animado. Essa é a parte legal. Bem democrático.
O que assusta é a convivência na região com prostitutas, tráfico, miséria e o trânsito caótico.

Um boteco/restaurante bem conhecido nessa parte é o “Entre Amigos. E o bode?” Os melhores espetinhos de camarão que já comi.
Na praia e nos restaurantes todo mundo toma caldinhos. Feijão, peixe e camarão são os com maior saída. Nos fins de semana ambulantes vendem muito na praia.
Não entendia num lugar tão quente o pessoal adorar essas bebidas quentes, mas acabei aderindo.
Virei adepto.

Voltando à praia mais a frente tem o parque Dona Lindú. Local bom para passear com crianças, com vários playgrounds.
Tem também museus de arte, local de caminhada, ponto de informações turísticas, várias estátuas espalhadas pelo parque e um palco enorme para shows (grátis).
Programação constante. Vi ali com a Marcinha um show do Genival Lacerda (Figuraça).
Lógico, não dá prá fazer tudo num só dia.
Tô escrevendo isso já pensando em ler daqui um tempo para relembrar.
Tento dar uma caminhada ali todos os dias. Lógico, vai dar saudades.
Bem, fica a dica para quem quiser conhecer. Para quem conhece espero ter trazido boas lembranças.

Abraços, Magrus.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Souvenir_2

Uma história de souvenir legal nem tanto pelo souvenir, mas pelo contexto do recebimento, foi um que ganhei da Asiana. Empresa aérea Sul Coreana.
Após informar o pessoal da minha volta ao Brasil com antecedência, ir a alguns bares com meus colegas Coreanos e Alemães para fazer um “bota fora”, preparar bem a minha saída com relação ao trabalho, fui informado pela direção da Lufthansa com dois dias de antecedência que minha viagem de volta havia sido adiantada em um dia.
Isso significou que o dia seguinte ao qual eu recebi a informação, seria meu último dia de trabalho no projeto.
No dia seguinte informei isso ao meu colega de trabalho coreano e logo vi uma feição de ansiedade e preocupação no seu rosto.
Fiquei pensando... tudo já havia sido documentado e bem explicado, até o dia anterior ele estava bem tranqüilo em relação a minha saída do projeto. Por que será ele ficou tão ansioso agora?
Logo depois fui procurá-lo para falar algo relativo ao trabalho e ninguém sabia onde ele estava. Fiquei apreensivo.
Momentos depois ele apareceu com um pacote, reuniu o pessoal e me entregaram um presente.
Ficou explicado. É um costume bem tradicional deles, presentear os colegas e visitantes da empresa.
É realmente bem importante isso para eles e ele havia planejado comprar algo em conjunto com os outros colegas naquela noite e me entregar no dia seguinte.
Como não haveria mais tempo, ele comprou algo na própria empresa “às pressas” e se desculpou por ser algo tão simples.
Falei para ele que no meu país é mais importante a intenção do que o presente em si.
Gostei, era uma camisa branca e tinha bordado o logo da empresa.

No final foi mais uma lembrança agradável que ficou da Coréia do Sul e do seu povo.

sábado, 26 de março de 2011

POA 2

Causos de Porto Alegre 2

Achando barzinho

Pedrão chegou com a notícia.
- Pessoal descobri um barzinho sensacional, atendimento bom, música ao vivo, vamos lá um dia desses?
Alguns toparam, combinaram um dia e foram.
Dessa história só tenho a versão de quem foi, pois não pude ir nesse dia. Estou descrevendo porque o causo ficou famoso no projeto.
Ficava num bairro conhecido e se chamava bar Olaria. Guardem esse nome.
Chegando lá, o boteco era realmente legal, com uma bonita decoração, bons petiscos e bebidas.
Com o passar do tempo foi se sentindo algo estranho.
O bar começou a encher e o posicionamento das pessoas nas mesas começou a ficar meio esquisito. Eram muitas mesas com pessoas do mesmo sexo.
O pessoal já ficou com certa desconfiança sobre qual era o gênero de frequentadores do local. Nada contra, só não estavam preparados para ter ido num bar assim. Como não tinham preconceito e o serviço era bom, continuaram ali.
O som ao vivo começou. Começou-se também a notar um clima de paquera entre os presentes.
Só tiveram certeza absoluta sobre o perfil dos clientes da casa, quando um dos membros da mesa foi assediado por um cara. Assustou-se e para evitar o assédio, mudando rapidamente a posição da cadeira, quase derrubou o suporte da partitura de um dos músicos.
Mas o mais chato mesmo foi sair do bar escutando os moleques que estavam ali como guardadores de carros falar:
- Olha os caras, saíram dali, boiolaria, boiolaria, boiolaria.

Cuidado ao mexer com alguém na rua

O Luciano tinha a mania de mexer com as pessoas na rua.
Às vezes era previsível, às vezes nos surpreendia.
No caminho da empresa para o hotel, o trajeto mais rápido não era dos mais agradáveis.
Como estávamos sempre com pressa de chegar, tomar um banho e fazer alguma atividade à noite. Preferíamos na maioria das vezes irmos por esse caminho mesmo.
Passávamos por uma área meio suspeita onde algumas moças ficavam arrumando clientes nas calçadas. Essas por algum motivo não ficavam paradas. Parece que é para não ter problema com eventual passagem de policiais pela área.
Uma delas era muito estranha. Para demarcar seu local e não ficar parada, ela andava de um lado para outro num espaço curto. Parecia um animal numa jaula. Ela incomodava demais os transeuntes. Pusemos nela o apelido de leão.
Outras moças ficavam nas janelas das casas. Tinha uma de cabelos longos que ficava no andar de cima de um sobrado chamando o pessoal.
Num dia, de repente, o Luciano gritou: - Joga as tranças Rapunzel.
Ele gostava também de após comermos num restaurante pedir para embrulhar as sobras e dar a mendigos que ficavam nas ruas do caminho. Algumas vezes dava raiva dos mendigos. Uma vez um deles recebeu a comida e ficou bravo, pois não tínhamos mais para dar para os amigos dele. Outra vez o mendigo começou a “cantar” uma colega que estava no carro com a gente. O Fabrício ficava indignado com o Luciano e dizia: “Pô o cara fica bêbado e vira caridoso”.
Certo dia, também voltando do trabalho, eu dirigia o carro.
Notamos um cara agitado gritando e andando no meio da rua, correndo também sérios riscos de ser atropelado.
Passei pelo local bem devagar para evitar um acidente. Ele estava transtornado entre os carros. Logo à frente tive que parar o carro num semáforo.
Foi quando o Luciano começou a se agitar e falou para o Vinicius, que estava sentado ao meu lado no banco da frente.
- Vinicius segura a barra que o louco vem vindo aí. O Vinícius levou um baita susto e começou a levantar o vidro do carro, o louco já estava quase chegando e segurando um pedaço de madeira. Tive que fazer uma manobra rápida e sair correndo para que ele não atingisse o veículo com uma paulada.
Passado o susto todos olham para o Luciano e perguntam:
- Cara! Você mexeu com o maluco?
Ele jura que não. Os demais têm quase certeza que sim, nunca saberemos a verdade.
Após o susto, muita risada no carro.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cidades - Itajubá

Itajubá

Logicamente, tudo mais devagar que no estado de São Paulo, alguns carros até tem o estranho costume de parar para as pessoas passarem nas faixas de pedestres.
Dá medo, pois nunca sabemos se vai ter um paulista estressado tentando atropelar alguém.
Comércio informal corre solto. As barraquinhas de camelô ficam ao lado de um rio. Apelidamos de "Shopping beira Rio".
Na cidade dá para fazer tudo a pé.
Bicicletas cruzam a esmo e perigosamente as ruas. Precisa ter um cuidado danado com esses "suicidas".
Região montanhosa com paisagens belíssimas.
No inverno é meio estranho, parece clima de deserto, calor durante o dia e muuuito frio a noite. 
Tem um potencial enorme, muitas empresas já instaladas aumentando suas capacidades de produção e novas empresas virão para a região com certeza.
Como vocês já devem saber, tem uma universidade federal de engenharia (EFEI).

Abro aqui um parêntesis para voltar ao passado.
Foi engraçado vir trabalhar aqui, pois muitos anos atrás, antes de saber o resultado da FUVEST, eu tinha passado em engenharia mecânica aqui e vim fazer a matrícula.
Passei pelo trote e tudo mais. Quando soube que tinha passado em computação fiquei meio na dúvida, não sabia o que era isso na época. Decidi arriscar e deu no que deu.
Soube depois que o Alex e o Carlos, meus amigos na Unicamp passaram pela mesma situação.
Fecha parêntesis.

Poucos lugares para diversão a não ser gastronômica.
Não tem cinema. Uns gringos que estavam por aqui queriam um lugar para nadar nos fins de semana. Era tão complicado conseguir entrar em um clube que desistiram.
Às vezes vou dar uma caminhada e aqui existe uma avenida onde os locais fazem isso. Acontecem coisas muito engraçadas ali.
Na avenida onde as pessoas vão para caminhar de manhã e no final da tarde, existe um folclórico vira-latas policial rodoviário. Fica escondido e andando ao lado dos carros estacionados e corre latindo para cima dos carros no sentido contrário que vem em alta velocidade. Só os que vem em alta velocidade. Não consegui filmar ele em ação, no dia em que minha caminhada acompanhou o seu “trabalho” eu estava sem câmera. Passei a ir caminhar com o celular, mas a partir desse dia não o achei mais.

Comidas típicas: tradicionais mineiras, pastéis de milho, canjiquinha (um tipo de sopa com quirelas de milho e carne de porco), torresmo, pururuca. Muita pinga da boa e muito queijo.
Aqui tem o bar “Mineirinho”. Calma pessoal, sei que tenho que ser mais específico, em Minas devem existir milhares de bares chamados mineirinho. Esse que falo é o mineirinho do Robertinho. Ajudou? Não? Tudo bem.
Ele se encaixa naquele conjunto de bares que você jamais entraria se não tivesse boas referências. Não chega a ser um “sujinho”, mas não tem muitos atrativos visto de fora.
Tem os pratos do cardápio fixo, porém preparava o que a gente queria caso pedíssemos  com antecedência.
Porções ótimas de bolinhos de bacalhau, linguiça, carne mal humorada, feijoada, feijão tropeiro, ... Tô escrevendo com água na boca.
Sem luxo, mas aconchegante. Paredes totalmente cheias de fotos com famosos, flâmulas e bandeiras de clubes de futebol, coisas referentes a Minas e ao Brasil.
Outros bons botecos: Bar da Maria, Ranchinho do pastel de milho.
No mercado central queijos, cachaças, doces, em Mineirês: Tudibão

Na região tem o restaurante Delicado, em Piranguçu, a comida caseira e o papo com o dono da casa são da melhor qualidade.
A cidadezinha tem uma vista muito bonita também.
Em Piranguinho tem os tradicionais pés de moleque. As barracas à beira da estrada, vermelha e laranja são as melhores. Pés de moleque com amendoim e rapadura, em Mineirês: Bãodimais.

Abraços,
Magrão.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Projeto POA - Os estrangeiros 1

Projeto POA - Os estrangeiros 1

No projeto de Porto Alegre, participaram vários consultores alemães devido a uma parceria existente entre a empresa cliente brasileira e uma empresa alemã.
A maioria dos consultores brasileiros ficava num mesmo Flat/hotel e os alemães tiveram apartamentos alugados para eles morarem.
Como todos sabem os alemães, em geral, são muito “certinhos”. Tão certinhos que eles me confidenciaram após estreitarmos a amizade que, antes de iniciar o projeto no Brasil, a empresa alemã para a qual trabalhavam fez uma espécie de apostila com os costumes e comportamento dos brasileiros para eles estudarem.
Esse grupo de germânicos que esteve aqui, em especial, não seguia muito esse padrão.
Por isso, dentre esses consultores alemães enumerei algumas figuras e histórias:

Nossa Gerentrix.
Tipo: européia esquisita.
Era a gerente do projeto.
Loira, olhos claros, meio alta, meio feinha.
Ficava brava prá caramba quando contrariada.
Tentava manter uma política de amizade e bom relacionamento com o cliente e consultores, mas às vezes não conseguia se conter e começava o berreiro.
Usava no trabalho quase sempre a mesma roupa, calça e camiseta surradas e uma blusa de couro vermelha. Só não usava essa roupa padrão quando vinha alguma visita importante ao local do projeto.
Obviamente gerava comentários. Principalmente das mulheres.
Apesar de todas essas esquisitices, em minha opinião, era uma boa profissional. Procurava sempre ser justa, dar boas condições de trabalho aos profissionais e manter o projeto como prioridade. Tentava com que a equipe assim também o fizesse.
Ela foi um dos poucos estrangeiros do projeto que não aprendeu português.
Adorava “pagar um mico”, dirigia seu carro como uma louca e ia para a Alemanha em média a cada 15 dias. Parecia ponte aérea. Parecia novela da globo, eheheh.
Numa festa gaúcha ela combinou com o pessoal organizador de participar de uma dança típica e que mantivessem a participação dela em segredo.
Deu certo, ninguém sabia que eles iriam participar.
Ouve uma certa surpresa quando ela entrou no salão “de prenda” e acompanhada do noivo, que passava férias no Brasil, “piuchado”. Eles estavam muito esquisitos.
Ela com o olhar vidrado, não olhava para os lados.
Lá no sul essas festas são levadas muito a sério e ninguém estava rindo, até que coincidentemente num momento que o som baixou um colega fez o comentário: Parecem dois retardados. O salão todo escutou e aí a coisa descambou, muitas risadas.

Visão do Brasil lá fora

Como já falei, a Gerentrix estava sempre preocupada em manter um bom ambiente entre os participantes do projeto. Promovia jantares, confraternizações, churrascos. Em média a cada dois meses havia algum evento para a equipe de trabalho.
Numa ocasião, um colega do projeto cedeu sua casa para fazermos uma confraternização. Ele era jovem e ainda morava com os pais numa casa grande e aconchegante.
A casa tinha uma área bastante legal para se comer, perto de uma piscina.
Como o evento foi à noite e estava razoavelmente frio, não se cogitou em usar a piscina. Estava muito animado. Ficou mais interessante ainda quando a maioria já estava meio “alta” e escutamos umas brincadeiras entre a Gerentrix e o Josef. Quando quase todos estavam com a atenção atraída para eles, ela tentou empurrá-lo na piscina.
Estavam perto da borda e vimos num movimento inesperado e espetacular do Josef, ele dar um quase perfeito golpe de judô, derrubando a nossa gerente na piscina. Só não foi perfeito porque ele também caiu. Teve um pequeno desespero da Gerentrix num primeiro momento, ela ficou preocupada em achar seus óculos que caíram na água. Gargalhada geral, alguns segundo depois, ela também ria. Mas o mais estranho veio a seguir:
Talvez porque os alemães já freqüentavam clubes por aqui e viam as pessoas andando prá lá e prá cá em trajes de banho. Acho que eles também viam imagens do Brasil, de cidades praianas, com as pessoas andando normalmente quase nuas nas praias. Achavam que isso era normal em qualquer situação. Ela ficou então só de soutien e calcinha o resto da festa, enquanto suas roupas secavam nos galhos de uma árvore. Mesmo com aquele frio. Pelo menos para nós brasileiros estava frio.
No dia seguinte os alemães que a acompanharam até o apartamento, nos contaram que, como a roupa não secou até na hora de ir embora, ela pediu uma toalha para a mãe do nosso anfitrião e se despediu. Ficou todo mundo imaginando o espanto do porteiro do seu prédio, quando ela chegou de madrugada, só com as roupas de baixo e com uma toalha nas costas.

Apagando a luz

Como falei, ela era meio “invocadinha”. A equipe do projeto ficava num salão enorme.
Para economizar energia elétrica, havia uma regra: O último a sair, dava uma olhada geral na sala, começava a desligar as lâmpadas e antes de desligar um transformador geral perguntava em voz alta: “tem alguém aí?”
Certo dia a Márcia, uma colega nossa, seguiu a risca esse procedimento. Só que ela não sabia, assim como a maioria de nós, que a sala da gerência que ficava fora do salão e também estava ligada ao transformador geral. Naquele dia em especial a Gerentrix ficou até mais tarde para terminar um relatório importantíssimo. Bem, acho que não preciso falar mais nada. Deu merda. A Márcia estava grávida, mas isso não foi um atenuante. Provavelmente até a criança ouviu os gritos da nossa gerente. A Márcia era muito gente boa e após o choque de ver a alemã xingando e berrando em desespero a sua frente, no dia seguinte nos contou o episódio já de bom humor.

Chutando o gato preto

Outro evento engraçado desse projeto foi um churrasco bolado pela Trix e patrocinado pelos consultores, que só souberam disso durante a festa. Isso gerou algumas revoltas... e algumas histórias.
Como nós é que pagamos os comes e bebes, e num determinado momento verificou se que iria sobrar bastante carne e carvão. Alguns já planejavam guardar o excedente para outro churrasco. Seria só dos consultores e no hotel onde ficávamos.
De repente alguém vem com outra idéia: Doar a carne a uma colega que costumava ajudar uma instituição que fazia refeições para pessoas carentes. Alguns concordaram.
Nesse momento um consultor, que não tinha gostado da idéia de pagar parte do churrasco, já bem mamado, descontente com a possibilidade de não termos o outro churrasco, tentou persuadir a voltarmos à idéia inicial. Falou: -Não se faz caridade com picanha; a nossa colega vai usar picanha para fazer quisadinho para os pobres. Enfatizava a palavra picanha. Como não estava conseguindo seu objetivo. Viu num canto um saco de carvão da marca gato preto. Provando a sabedoria popular que bêbado só tem idéia de jirico, falou:
- Se não vamos fazer outro churrasco, vocês vão ver, vou chutar um gato preto.
Ninguém entendeu e nem “deu bola” para ele. Aí ele falou: - fiquem vendo.
Dirigiu-se ao saco de carvão e começou chutá-lo. O saco foi se esfacelando e parte do carvão saindo pelos buracos. Começamos a rir da situação. O bêbado nem percebia que estava se sujando e sujando tudo em volta, alucinado não parava com aqueles movimentos.
Os que estavam por fora do que estava acontecendo, começaram a olhar com cara de interrogação. A Trix tinha tomado só algumas caipirinhas e estava estranhamente sóbria para o final de um evento. Ela não parava de olhar, atônita, o bebum chutando um saco de carvão e se aproximou tentando compreender aquilo. Passou a fazer parte da cena. Os que estavam por dentro de toda história, vendo o cara “chutando o gato preto” e a gerente ao lado observando, agora davam mais risada ainda.

Por enquanto é só, logo virá: Os estrangeiros 2

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Estórias Mineiras

Estórias de Itajubá

A maioria das pessoas do projeto estava hospedada num mesmo Hotel/Flat.
Isso é muito bom para quem fica durante a semana longe de casa, pelo menos se tem companhia dos colegas e ameniza um pouco a saudade da família.
Saía frequentemente com o pessoal para caminhar, fazer compras e jantar.
Quando o projeto estava no auge e havia muitas pessoas por lá, alguns dos colegas organizavam noites de trucada na sala de jogos na cobertura do hotel.
O organizador "mór" era um colega muito gente boa, com um senso de humor raro e rapidez de raciocínio incrível para gerar gargalhadas durante as conversas.
Quando chegávamos para a jogatina, ele já estava com os pratos de frios (queijo temperado, provolone, salame,...) prontos e a cerveja gelada.
Não faltava uma garrafa de cachaça mineira, que são as melhores, diga-se de passagem.
O pessoal mais animado com bebida "matava" uma garrafa fácil. Nessa eu não acompanhava, não estou com essa bola toda.
Mais tarde, durante os jogos decidíamos os sabores das pizzas a serem pedidas.
Quem não jogava ficava batendo papo e de vez em quando aparecia um violão e um pessoal tocava e cantava.
Essas noites eram aguardadas ansiosamente pela gente.

Nessa cobertura do flat tem uma parte ao ar livre, onde há uma vista bonita do rio e alguns morros da cidade.
À noite, porém só se viam as luzes das ruas por perto e uma escadaria na penumbra, subindo um morro ali ao lado do Flat. Podíamos observar cenas estranhas por ali, vocês sabem: sexo, drogas, sem rock and roll e sem nenhum "glamour". Deprimente.

Às vezes fazíamos alguns jantares mais sofisticados. Havia várias especialidades.
Tinha um colega que morou na Austrália e trabalhou por lá num restaurante peruano.
Fazia Ceviche e Lomo saltado, conhecem? Bom demais.
Um colega descendente de alemães fez um chucrute (Sauerkraut) também muito bom.

Tinha a turminha dos apelidos, cada novo integrante do projeto de imediato ganhava um.
Às vezes pela aparência, às vezes por comportamento e às vezes por nada disso. Alguns apelidos eram "leves" e alguns mais "pesados".
O cara mais chato do projeto foi apelidado de "peido".
No meu caso era "PVC", dizem que pareço com um comentarista esportivo da ESPN conhecido por essas iniciais, obviamente não concordo, pois me acho bem mais bonitão. hehe
Teve uma colega carioca que namorava um policial lá no Rio. Era chamada de "madame caveirão".
Aqui entra uma histórinha com ela.
Como todo carioca, ela usa o tempo todo a expressão: "olha só".
Foi perguntada por um mineiro porque ela usava essa expressão como advérbio. Aí ela perguntou de volta: e qual o termo vocês usam aqui para isso?
Ele responde de imediato, "Ói qui".
Alguns apelidos são devido ao trabalho, por exemplo, o consultor responsável pelo módulo com sigla PP (planejamento de produção) é novo, baixinho, fala alto e com a voz aguda. Todos aqui o chamam de Pepezito.
É daqueles caras que gosta de "zoar" e é bastante "zoado".
Imitam ele falando o tempo todo, pois além da voz peculiar, ele usa muito aquelas expressões da garotada de hoje: "Firmeza?", "Dá hora véio".
Ele se casou no meio do projeto e eu tive o privilégio de ser convidado. Foi divertidíssimo. Descobri também que ele é filho do Michael Douglas (outro apelido).
Já chamamos a esposa dele de Pepezita e a mãe de dona Pepezita.
Coisas boas da vida de consultor.


 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Amigos telefônicos


Acontece na nossa profissão de falarmos bastante pelo telefone com alguém que não conhecemos pessoalmente.
Quando a gente se encontra, muitas vezes ocorrem surpresas.
Prá dizer a verdade, no meu caso, é o mais comum as pessoas se surpreenderem ao me conhecer.
O padrão do que acham de mim antes de me conhecer é sempre o mesmo.
Dizem que pela voz, me imaginavam gordo, grisalho e barbado.
Deve ser pela voz grave. Alguns perguntam se está chovendo no local de onde estou falando!

Em muitos casos de projetos com estrangeiros tive sorte de trabalhar com pessoas agradáveis com vozes agradáveis. A Claudia no projeto Varig, a Ramia no projeto VEM, meus colegas Lee e Kim da Coréia eram legais. Também legal era o Udo, um alemão que me auxiliava num projeto, cuidando da parte técnica (O Udo é um dos que achava que eu era gordo e barbudo), porém a chefe dele, que tinha a voz agradabilíssima, tinha também uma verruga enorme no canto de um dos olhos. Aquelas que quanto mais tentamos não olhar, mais difícil fica de tirar os olhos.
Mesmo quando o colega não é tão legal assim, existe um lado engraçado.
Teve um caso em que eu falava com colegas de fora e a pessoa que tinha a voz mais agradável, suave e calma, sugeria uma pessoa pequenina, meiga. Descobri que muitas pessoas tinham essa mesma impressão. Quando a conhecemos, digamos, não era bem assim! Apelidaram na de Susan Boyle.
Minha esposa trabalhou com uma americana que tinha voz de cantora gospel. Parecia ser afro-americana, gordona, animada. Daquelas que a gente vê em filmes.
Quando a conheceu. Ela era assim mesmo! Figuraça! Às vezes a gente acerta.

Hoje em dia devido a vídeo conferências, pelo menos com relação à aparência, isso tem diminuído bastante.
Já aconteceu durante uma reunião de vídeo conferência com dois grupos grandes. As pessoas de ambos os lados da reunião perguntar: Quem é fulano? Quem é ciclano? Quem é o novo consultor?...
O ser humano é curioooso.