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Histórias e "causos" proporcionados pela vida coorporativa.
Sem stress, fora do trabalho
Veja a idéia clicando nas páginas: Souvenir, Vida de consultor

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Vida de consultor nos carros


Convivência nos carros.

Nessa vida de consultor existem muitas situações envolvendo carros e transportes.
Nos projetos que ficam longe de casa temos as opções de ir de avião até a cidade do projeto e se locomover por lá de taxi, ou de carro alugado, ou de ônibus do cliente, ou ainda de van alugada para transportar os consultores.

Pra mim a melhor opção é a de utilizar uma van com motorista. Ninguém precisa se preocupar em dirigir, conhecer o caminho etc. Acaba-se conhecendo o lado pessoal dos colegas e aos poucos vai ficando divertido.
De manhã normalmente todos estão com sono às coisas costumam ser mais sossegadas, às vezes ninguém fala nada por todo o percurso.
Tem sempre os atrasadinhos pela manhã e o mais engraçado são as desculpas:
Esqueceu como se dá o nó na gravata, a água do chuveiro demorou a esquentar...

Os motoristas são um caso a parte. Quando é sempre o mesmo, no início ele não se envolve muito nos papos. Depois de um tempo vira amigo da moçada, e só então descobre que a gente não gosta de escutar música sertaneja no último volume logo de manhã. Fica sabendo o apelido de todo mundo e já conhece todos os funcionários da empresa só de ficar ouvindo o pessoal falar (às vezes mal, hehehe) sobre as pessoas.
Teve a história de um colega que não percebeu que certo dia o motorista “oficial” foi trocado. Quando chegamos à empresa o motorista “oficial” estava na portaria conversando com os seguranças e meu colega começou a gritar lá de trás para o motorista substituto lá na frente: Cara você tem um irmão gêmeo? Nossa! Igualzinho!
Foi zoado o resto do projeto por isso. Hehe.

À tarde, na volta para o hotel, principalmente após o pessoal se conhecer melhor, tudo muda. Brincadeiras, conversas sobre o trabalho, conversas informais e “zoações” fazem o tempo de transporte passar mais rápido.
Nessas horas normalmente é também combinado o que fazer ao retornar ao hotel: onde jantar, caminhadas, compras etc. Nessas voltas também há muito comentário sobre o trabalho, reclamações, desabafos.

Outro ¨causo¨ legal ocorrido nas vans:
Fora do Brasil, na volta de um jantar numa van com uns cinco gringos e quatro brasileiros, todos já “altos”, um dos estrangeiros quis que ensinássemos a ele uns palavrões em português. Os mais “cabeludos” foram ditos e ele fazia questão de repeti-los bem alto várias vezes e perguntava o significado. Descobrimos que alguns são muito difíceis de traduzir e cada tentativa de tradução gerava muito mais gargalhada. Alguns brazucas literalmente choravam de rir. O mais divertido mesmo foi descobrir no final da viagem que o motorista era português e entendeu tudinho o que havíamos falado (Tô escrevendo esse texto e rindo de novo). No final acho que o motorista também deve ter se divertido!

Quando a opção é usar um carro alugado para o nosso transporte, ocorre o mesmo que na van, mas em menor escala e maior intensidade.
Diminui o tempo que se leva para conhecer as pessoas. Nos dias em que se fica parado no trânsito diminui mais ainda, quando parado no trânsito sob chuva então... nem se fala.
É engraçado! Descobrem-se algumas coisas facilmente como: o gosto musical da cada um e o jeito de cada um dirigir. Descobre-se também algumas coisas surpreendentes, como o lado oculto de alguns colegas que apenas no cotidiano do trabalho jamais se saberia.
Uns adoram mexer com as pessoas na rua. Outros, normalmente calminhos, viram um “animal” quando estão ao volante.

Como de perto ninguém é normal, já descobri nessas situações uns colegas bem, digamos, estranhos! Um deles que não come nada feito ou aquecido em microondas.
Outro que só dirigia a menos de 60 km/h para não matar os bichinhos que batem no pára-brisa.
Outros também dirigem lentamente, mas por dirigir mal mesmo. E é lógico sempre tem um “Fittipaldi” na turma.
A gente escuta também cada história! Teorias da conspiração. Numa delas o cara afirma que a ONU tem um plano de em poucos anos governar o mundo todo e que isso já está em curso nos Estados Unidos, que já estão sendo governados pela organização.

Quando têm mulheres no carro as fofocas sobre artistas e comentários das novelas também aparecem nos papos. Tendo mulheres ou não, falar mal de alguém é sempre o esporte favorito.

No carro as coisas sempre ganham uma dimensão maior. O que é chato fica mais chato e o que é divertido fica mais divertido. Às vezes ficamos muito putos, às vezes choramos de rir.
Como nem tudo são flores, pegar trânsito congestionado nunca é legal e se é rotineiro pior ainda.
Como a infra-estrutura no Brasil normalmente é ruim, já vi acontecer de tudo:
Perder a placa do carro em poças d’água, perder calota pela rua e descobrir na locadora que isso é normal, levar pedradas no vidro do carro vindas do chão impulsionadas pelos pneus dos outros carros.

Entre os colegas existem relacionamentos estranhos também, como o dos que brigam por motivos fúteis e não viajam mais no mesmo carro.
Faz parte, o ser humano é muito complexo e uma das partes boas disso é que gera essas histórias que nos divertem.

Abraços.

sábado, 5 de maio de 2012

A glamorosa vida de consultor

A glamorosa vida de consultor.

(É... colegas consultores. Eles vêem as pinga que tomamos, mas não vêem os tombos que levamos)
Minha última viagem para projeto internacional foi à Paris.
Falando assim o que todo mundo pensa... Que legal! É um privilegiado! Etc.

Me avisaram-me três dias antes. Aí no dia seguinte, cancelaram. Aí no outro dia confirmaram novamente. Lá fui eu. Em cima da hora.
Quando comuniquei às pessoas que iria para lá, ouvi diversos comentários:
- Nossa! Que vida boa essa que vocês levam!- Vai levar a esposa?
Não adiantava responder:
– Mas vou a trabalho.
E escutava:
- É, mas é em Paris!
Até a esposa dizia frases com cara de brava:
- Você vai para Paris e eu não poderei ir com você, é muita sacanagem!
Que culpa tenho eu?

Aí começa a saga.
Lembram em fevereiro? Falou se muito nos noticiários. Um frio incomum na Europa.
Muita neve na Espanha, Itália, França. Em regiões onde normalmente não neva ou fazia muito tempo não nevava como Roma, Paris nevou bastante.
Pois é... Eu tava lá... Em Paris, bem nesses dias, os mais frios em décadas.
Cheguei num dia já muito frio.
Pensei: - OK não é comum e a tendência agora deve ser esquentar...
Triste ilusão! Mais Frio!
Aí no primeiro dia tive a fantástica notícia:
Nos próximos três dias você terá reuniões com o pessoal daqui e um pessoal da Austrália também vai participar e por isso as reuniões começarão as 6:00 hs da manhã e é bom você chegar às 5:45hs no escritório.
Resultado: Nos três dias seguintes enfrentei o frio das 5 da matina, sem café da manhã do hotel (que começava a ser servido às 6hs) para participar dessas reuniões. Fora isso para poder entrar no prédio da empresa tinha que chamar o porteiro do prédio e ficar esperando na calçada até que ele, assustado ao ver um cara querendo entrar para trabalhar a essa hora, ir abrir a porta. Se demorasse muito eu viraria um sorvete. Ou seja, até então Paris estava terrível pra mim.

Como todo brasileiro que não desiste nunca, faço aquele esforço mental e penso:
Ok, no final de semana vai melhorar...
Na sexta-feira deu uma melhoradinha. Beleza! Agora vai...
Sábado, acordei às 9 horas da manhã, normalmente estaria começando a esquentar lá pelas 10hs. Como gosto passear caminhando pelas cidades européias que são organizadas e aconchegantes, planejo:
Vou descer do metrô numa estação perto de vários pontos interessantes e aí caminhando e passeando decido aonde ir. Dois colegas compraram a idéia e foram comigo. Resultado: Passei o maior frio da minha vida.
Não sei como, cheguei ao Louvre. Eu o via 200 metros a minha frente e ainda assim duvidava que conseguisse chegar lá. Olhei para um laguinho que tem no caminho e ele estava congelado. Olhava uns malucos correndo pelo parque só de agasalho com aquele vento cortante e ficava imaginando: como eles não passam frio? Será que vão me socorrer se eu cair por aqui?
Cheguei ao museu e levei uns 15 minutos para me recuperar. O rosto formigava, o nariz corria e não tocava as orelhas com medo de que elas quebrassem.
OK, ok, a visita ao museu foi dez. Comi numa lanchonete lá dentro mesmo.
Lá pelas 2 da tarde subiu a temperatura lá fora, pelo menos é era o que o Iphone do meu colega informava, sendo assim os tolinhos brasileiros pensam:
- Subiu bastante, agora dá para andar lá fora. Deu, foi sofrido, friorento, mas deu.
Margens do Sena, torre Eiffel, chocolate quente, compra de luvas e gorros para aguentar o tranco etc.
Quando umas duas horas depois começou a esfriar e ficar insuportável novamente fomos a Galeria Lafayette. Chegando lá percebi que só mulheres haviam recomendado conhecer o local e descobri o motivo:
É o paraíso para as mulheres e inferno para os homens. Vários andares, milhões de coisas que não interessam ao sexo masculino e que a massacrante maioria não teria dinheiro para comprar de qualquer modo. Então prá que ficar lá dentro com um monte de gente se esbarrando? Não faço idéia, mas por algum motivo as mulheres adoram. Ficam hipnotizadas, qualquer argumento masculino passa longe de ser notado.
Juro que procurei uma seção de coisas masculinas e descobri, fica num cantinho mirradinho num dos andares.
Voltei para o hotel e apesar dos pesares estava começando a gostar de ter ido a Paris. Sinto um incomodo nos dentes. Na manhã seguinte vou tomar café. Não consigo mastigar de um lado. Penso:
- Dor de dente? Assim do nada? E agora?
Mesmo assim fui dar um rolê na Champs Elysees e almoçar por lá. É legal.
Dia seguinte... mais dor. Resisti durante toda a semana à base de doses cavalares de aspirina.
O frio continua. Continua a saga de tentar se equilibrar nas calçadas cheias de gelo, de comer perto do hotel para não ter que passar frio, de aguentar o mal humor dos taxistas.
Thanks God, até que enfim é sexta-feira. Volto para a terrinha.

Chego no sábado de carnaval, sinto o calor, humm! Delícia! O dente logo parou de doer.
A glamorosa vida de consultor tinha se resumido a um final de semana gelado na França.
De qualquer modo não posso reclamar, é o jeito de trabalhar que escolhi e por enquanto não troco por outro. Afinal Paris é Paris.
Depois da semana do carnaval tive que voltar para lá novamente, mas essa história fica para um próximo “post”.

Magrus

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Golpes de sorte

Como aqui só escrevo as coisas legais da vida de consultor, tenho que escrever sobre alguns “golpes de sorte” que tive.
Nesses casos sorte foi fazer coisas e viagens que não esperava fazer.

Sorte em Viena.
Uma equipe bem grande do Brasil iria participar de um evento da consultoria que trabalhávamos e também fazer um trabalho de início de projeto na Áustria.
A equipe já estava definida.
Eu estava iniciando no projeto e não era para eu ter ido, porém houve dois fatores inesperados:
Outra empresa alemã do mesmo grupo que tinha também filial no Brasil e também iria começar um projeto na minha área queria fazer algumas reuniões. Como a Alemanha é vizinha da Áustria mandariam alguém lá para me encontrar.
Uma consultora lá da Áustria pediu para que eu e outra colega consultora da minha área também fôssemos, pois queria passar algumas informações.
Não teve jeito hehe, fui para lá junto do pessoal. Mas a sorte ainda não foi essa.

No evento da empresa foram reunidos profissionais da consultoria que ficavam espalhados pelo mundo todo. Como eu estava lá participei do evento também.
Ele ocorreu em um hipódromo. Tudo bem organizadinho.
Na entrada cada um preenchia um papel com seus dados ganhava um crachá e colocava um papel numa urna.
Numa área reservada, cada país tinha uma bancada onde apresentava coisas típicas da sua terra (Os brasileiros faziam caipirinhas). Além da Áustria tinha gente da Índia, Suécia, Alemanha, China e alguns outros lugares. Só por isso já estava bem legal.
Num determinado momento, chamaram todos para um trenzinho que dava acesso a um parque de diversões bem tradicional de Viena. Ficamos umas duas horas por lá. Havia uma roda gigante com vista legal da cidade e o rio Danúbio. Fantástica.
Voltando ao hipódromo revelaram que havia um prêmio e sortearam alguns nomes daquela urna na entrada do evento.
Os sorteados participariam de uma corrida de surke (mini charretes) onde corredores profissionais correriam levando cada um dos sorteados ao seu lado na charrete.
Nunca havia sido sorteado para nada na minha vida, nem em quermesse. Foi uma surpresa enorme quando chamaram meu nome.
De repente me vi vestido com um macacão especial, no hipódromo de Viena correndo a uns 50Km/h puxado por um cavalo. Houve outra colega brasileira que também foi sorteada, inclusive ganhou a corrida e teve direito a abrir um barril de cerveja após a corrida.
Realmente foi muita sorte.
Fora isso, Viena é maravilhosa. Era ano do centenário de Mozart e havia várias exposições/concertos sobre o compositor. Foi muito bom conhecer esse lugar.

Munique
Outro golpe de sorte foi quando já estava há algum tempo sem viajar ao exterior e sem perspectivas para isso.
O coordenador do projeto estava meio nervoso aqueles dias. Foi chamado para reuniões às pressas na Alemanha. Ele é turco e se deu conta que seu visto para entrar na Alemanha estava vencido. Tinha que escolher alguém para substituí-lo.
Lá fui eu.
Para alguns isso seria considerado falta de sorte. Tive um dia apenas de preparação, as reuniões foram “punk”, mas compensou.
Pelo menos conheci um lugar que sempre quis conhecer.
Aconteceu outra coisa legal também nessa viagem.
Cheguei com muito frio. Até para caminhar do metrô ao hotel, que era bem perto, foi difícil. Logo em seguida olhei pela janela do quarto do hotel e ninguém andava pela rua escura.
Tinha que acordar cedinho para ir ao trabalho. Deixei a cortina aberta.
Dormi e quando acordei com a claridade vindo janela. Tudo branco. Bonito.
Foi a primeira neve a cair naquele ano na Alemanha. Foi também a primeira vez que vi neve, ao vivo e a cores (branco hehe).
Já tinha ido ao hemisfério norte no inverno, mas não houve neve e até então era meio “frustado” por isso. Dessa vez acabou a espera. Golpe de sorte.

Munique foi a única viagem ao exterior que meus pais fizeram. Foram às olimpíadas de 1972. Nessa época eu tinha 10 anos e começava a me interessar por esportes. Ficava aqui no Brasil vendo notícias dos jogos e imaginando meus pais lá.
Foi legal conhecer muito tempo depois. No final de semana fui ao estádio olímpico que estava particularmente bonito coberto de neve. Experimentei muita cerveja da região e comida típica.
Na volta, à noite, no caminho para o aeroporto passei pelo Allianz Arena que acabava de ser construído para a copa do mundo. Estava todo iluminado. Dez.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Passagem por Portugal, não é piada é tudo verídico

Olá pessoal,

Fiz uma viagem para a Áustria, mas como os vôos pela TAP (empresa aérea Portuguesa) tinham lugares
e a passagem estava com preço bom, a secretária resolveu comprar por essa
companhia.
Não se deu conta que tinha longo tempo de espera em Lisboa na ida e
pernoitar em Lisboa no vôo de volta.
Depois descobri que isso é uma política da TAP juntamente com o órgão de
turismo de Portugal. O intuito é que se conheça um pouco do país e tenha vontade de voltar a
turismo.
O hotel para esse pernoite é cortesia da TAP.
Quando soube disso achei a iniciativa interessante e pensei: até que os
"patrícios" são inteligentes.
Estava com colegas do trabalho e embora não precisássemos pernoitar na ida
tivemos um tempinho para passear pela cidade.
 
Fomos até aqueles lugares de informações turísticas no aeroporto e aí
comecei a me sentir em Portugal, daquele que a gente ouve falar.
Tive o seguinte diálogo com a atendente:
- Ficaremos por volta de 5 horas em Portugal o que podemos fazer?
- Pode fazer o que quiser.
- Sim, mas vocês tem algum passeio que dure mais ou menos esse tempo para
nos sugerir?
- Não.
Nesse meio tempo uma colega falou - Já estive aqui e me lembro de um local
onde podemos comprar “souvenirs” e comer pastéis de Belém só não me lembro
bem o nome do local.
Continuei minha conversa com a atendente.
-Você sabe onde podemos comer pastéis de Belém?
-Em Belém. Ora pois.
-Sim mas em Lisboa não há um local para comer pastéis de Belém?
-Não. Se querem comer pastéis de Belém tens que ir a Belém, ora pois.
-Não existe algo similar ao pastel de Belém por aqui?
-Sim, mas não são de Belém.
- E quanto custa + ou - uma corrida de táxi até lá?
-Não sei.
 
Nesse ponto desistimos e fomos direto falar com um taxista.
O cara era jovem bem solicito e nos levou ao castelo de São Jorge dizendo
que era muito melhor que ir ao centro, realmente é muito legal com uma vista
maravilhosa da cidade e do Tejo.
 
Na volta quando passando novamente por Lisboa tínhamos direito ao pernoite,
descobri no último momento que me colocaram no mesmo quarto que uma colega
que viajava comigo.
Fui até o balcão da TAP e me informaram: para economizar colocamos pessoas
do mesmo sexo e que fazem a reserva em conjunto no mesmo quarto.
Perguntei:
-Que língua se fala aqui?
-Português, ora pois.
-Me chamo Celso e a pessoa que vocês colocaram no mesmo quarto que eu se
chama Maria.
Achei que ela entenderia a indireta.
Não entendeu. Tive que explicar que não éramos do mesmo sexo.
Desse ponto para frente ela foi bem solicita ligou para o hotel e
conseguimos quartos separados.
No último instante me entregou um papel dizendo -O senhor não precisa pagar
o táxi. Basta entregar esse comprovante para o taxista no final da corrida, mas
atenção não fale nada ao taxista até chegar no hotel senão ele não te leva.
Curioso, segui as instruções e descobri que quem paga a corrida é o hotel só
que isso não é muito claro nem para o hotel e nem para o taxista.
 
A tarde fui passear pela cidade naqueles bondes de turismo pelo centro
velho.
É cheio de ladeiras e ruas estreitíssimas
O motorneiro conseguiu bater o bonde em um caminhão parado perto dos
trilhos. Riscou o bonde de fora a fora.
Começou uma discussão lusitana pra ver quem era o culpado, foi hilário, um
brigava porque o outro parou perto dos trilhos, o outro perguntava por que o
bonde não parou se não dava para passar.
Só eu entendia a discussão e dava risada, a maioria dos turista não entendia
uma palavra em português e ficava me olhando tentando entender porque eu ria
da trágica situação. A discussão só terminou quando 15 minutos depois chegou
outro bonde e obviamente não conseguia passar.
Detalhe: por muito pouco quando foi passar não bateu no caminhão também.

A parte boa, é que comi uma bacalhoada maravilhosa perto elevador de Santa Justa e a
sobremesa foi pastéis de nata, já que pastéis de Belém, só em Belém, ora
pois.
Falou moçada até o próximo.
 
Magrão.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vida de consultor do outro lado do mundo – Email4

Vida de consultor do outro lado do mundo – Email4

Após um longo tempo estou postando mais uns e-mails daqueles que enviei para o Brasil quando estava em Seul. Se quiserem rever as primeiras mensagens é só ir ao final dessa página e clicar em postagens mais antigas.

Lembrando que algumas coisas que escrevi eram novidade para mim na época, pois não existiam no Brasil, é o caso dos cinemas IMAX que agora nós temos por aqui.
A mensagem é de julho de 2004.

Fala moçada.
Acharam que eu não ia mais escrever, certo?
Vocês não vão se livrar de mim tão fácil.
 
Na verdade passei uns dias no Brasil e agora estou de volta ao oriente.
Antes de voltar ao Brasil tinha visitado uns castelos aqui, mas na verdade você só precisa visitar um, pois são todos muito parecidos. No caminho passei numas praças onde ficam um monte de velhinhos conversando, dançando, comendo ... é algo que nunca vi no Brasil e bem comum aqui.
 
Agora é a época das chuvas aqui e chove quase todos os dias.
Eles me disseram que as chuvas estão um pouco atrasadas e que deveria ter começado duas semanas antes.
Assim como no Brasil o tempo está maluco aqui também.
 
Fim de semana assisti a fórmula um e é estranho assistir domingo a noite o que vocês assistem de manhã aí.
De resto é igualzinho o Rubinho não consegue ganhar assistindo daqui também.
 
Fui visitar o mais alto edifício de Seul.
Nele tem aqueles cinemas IMAX que é bem interessante, um aquário, um minishopping center, restaurantes e logicamente um “observation deck” no topo do edifício.
 
No trabalho quando cheguei aqui perguntei como se falava bom dia em coreano, eles me ensinaram e disseram que já sabiam como era em português e para minha surpresa falaram "Bom dia, senhor".
Com esse "senhor" no fim tava na cara aprenderam com o Eberhard.
E quem eu encontro na minha volta, sim ele, Ebehard também estava de volta a Coréia xingando o tempo, a comida e falando em português com todo mundo.
 
Falando um pouco sobre as diferenças culturais.
Os brasileiros quando saem para um boteco falam sobre o que?
Logicamente num grupo de homens falam 50% sobre futebol e 50% do tempo sobre mulher.
Num grupo de mulheres falam 99,9% sobre homens. certo?
Aqui é engraçado nunca falaram sobre mulher.
Os assuntos são bebida, comida, bebida, esportes, bebida, bebida, bebida.
 
Na verdade falam sobre tudo.
Tem pessoas muito bem informadas.
Fiquei impressionado com um coreano que me perguntou como foi a transição da capital do Rio para Brasília pois aqui eles planejam mudar a capital também para outra cidade. Eles tem muita curiosidade sobre a gente.
Ao mesmo tempo, como no Brasil, uma parcela da população não tem muita informação.
Uma dona de restaurante quando os coreanos falaram que eu era brasileiro achou que eles estavam brincando pois eu não era negro. Provavelmente ela só conhece jogadores de futebol do Brasil.
O futebol realmente é um fenômeno aqui e eles me disseram que hoje em dia, depois de uma copa ter sido aqui, é provavelmente o segundo esporte do pais.
 
Respeitam muito os mais velhos, vejo várias vezes jovens dando seu lugar para os mais velhos nos ônibus e metrôs. Isso temos a apreender com eles.
São muito cordiais também e embora tenha o problema da língua sempre tentam te ajudar.
São muito conservadores.
Quando souberam que a mãe viúva de um consultor ia se casar de novo, falaram que isso dificilmente aconteceria aqui. Eles dificilmente se casam duas vezes.
Dão muita importância ao casamento e o cara que não se casa até os 30 anos não é bem visto.
Eles falaram que apenas dois caras que participam do projeto não conseguem casar.
Aí eu dei o exemplo dos alemães do primeiro projeto na Varig onde vieram oito homens e cinco se casaram com brasileiras e sugeri eles mandarem esses 2 caras para conhecer nossa terrinha.
Gostam de mostrar as coisas deles e explicar as tradições e sabem também que é difícil para nós entendermos algumas coisas da cultura deles.
Mostrei para eles fotos de quando estive em Canoa Quebrada e os caras adoraram.
Aqui tem muitas praias bonitas mas todas pequenas, quando falei que lá em Canoa a gente anda de Boogie por mais de cem quilômetros na praia, ficaram loucos.
Eles não fazem a menor idéia do que é isso, aqui tudo é apertado pois vive muita gente em muito pouco espaço.

Não sei se já falei isso mas estou em um apto que fica no 30 andar do prédio de apartamentos mais alto de Seul. Quando não chove a vista é legal.
No banheiro tem aquelas privadas que fazem tudo para você, tem uns desenhinhos explicativos, mas como é escrito em coreano e como eu vi a experiência do Ebehard com esses “cockpits” uso só da maneira tradicional.
Na entrada tem um lugar para deixar os sapatos e na cozinha tem uma televisãozinha em tela de cristal líquido.
Aliás em todos lugares aqui tem televisão lojas, restaurantes e até nos ônibus circulares.
 
Valeu pessoal, até mais.
Abraço a todos.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

França e franceses

França e franceses

Minha esposa já foi a trabalho algumas vezes para França. Ela adora e para ela um lugar que as pessoas deveriam conhecer é Paris.
Nunca tive a oportunidade de ir a Paris. Vamos juntos um dia. Está na nossa listinha de “coisas a fazer”.

Apesar disso já tive uma experiência profissional na França, em Marignane.
Sul da França, região da “Provence”.
Mesmo tendo ido durante o período de “meia estação”, quase inverno na Europa, os dias eram quentes e as noites com um friozinho agradável nessa região que conheci.
A economia da cidade gira em torno da empresa Eurocopter e do aeroporto internacional que existe por lá.
Fui para reuniões de KT (jargão utilizado no mundo coorporativo principalmente na área de TI, Knowledge Transfer) para iniciar minha atuação no projeto.
Tinha acabado de chegar ao projeto e viajei quase que imediatamente para lá.

Como fui “às pressas” não tive muito tempo de me preparar com aquelas coisas básicas que sempre é bom saber. Isso me fez conhecer o famoso mau humor dos franceses.
Logo na minha chegada ao hotel fiz o “check in” e ao entrar no elevador percebi que um casal com várias malas estava chegando, segurei a porta até eles chegarem.
Eles me agradeceram em francês e como eu não sabia a expressão “de nada” em francês falei em inglês mesmo. Por ser uma língua latina, algumas coisas a gente entende do francês e escutei eles comentarem bem mal humorados: “Esses estrangeiros vêm para cá e nem se preocupam em aprender Francês”.

Sobre a estadia.
Foi legal ver uma série de helicópteros de todos os tamanhos e modelos sendo produzidos e testados. Muita tecnologia, design, beleza.
Uma coisa legal também sobre minha estada lá aconteceu por sorte, pois peguei dia do lançamento do Beaujolais nouveau.
Não sou conhecedor do assunto, mas esse vinho segundo as informações tem que ser tomado fresco sem tempo de envelhecimento e tem uma data anual nacional para o seu lançamento. Nesse dia os Franceses param para experimentar o vinho da safra. O Hotel servia algumas marcas para degustação em seu “lobby”. Muito bom.
Na empresa esse é o único dia que permitem bebida alcoólica em suas dependências e os vinhos são vendidos nos refeitórios para acompanhar o almoço.
Aliás o almoço na empresa era muito bom, com várias opções e sempre com uma variedade enorme de queijos.

Sobre a região.
Um colega aqui do Brasil chegou lá alguns dias depois e levou a sua esposa.
No final de semana fomos a Marselha que fica a meia hora de lá de ônibus. Região muito bonita, com morros de uma cor meio esbranquiçada
Cidade tradicional e histórica da França. Caminhamos da estação principal até o “velho porto” onde há uma marina de onde saem vários passeios tanto de barco como de terrestres. No caminho o que chamou a atenção foram ruas estreitas antiguíssimas onde hoje mora o pessoal de baixa renda. Tudo é preservado. Tem uma feira de rua enorme onde se vende e se troca de tudo. Deu para perceber que é organizada por imigrantes, principalmente do norte da África.
Chegando à marina comprei um passeio até a igreja Notre Dame de la garde, a vista de lá é imperdível. A cidade é plana e ela fica num morro no ponto mais alto da cidade.
Lógico, historicamente era o lugar utilizado para proteger a cidade.
Caminhar pela cidade é gostoso. Meus companheiros de passeio nunca tinham ido a Europa e curtiram bastante.

Sobre pessoas.
Lá conheci o Philippe e a Celine que foram meus contatos e com quem trabalhei todo o projeto. Conheci também o Laurent e o Xavier que trabalhavam em outras áreas do mesmo projeto e foram bem prestativos na minha passagem por lá.
Eles vieram algumas vezes ao Brasil, o Philippe adorava. Principalmente o calor. Humano e climático.
Quem via o trabalhando todo arrumado e carrancudo lá na França e todo à vontade por aqui, fazendo o movimento de esticar os braços quando saia ao sol na hora do almoço, logo percebia sua satisfação de estar nos trópicos. Perderam sua mala na viagem e mesmo assim continuou alegre. Gostou muito da comida mineira, mas também, quem não gosta?
Já com a Celine era o contrário. Teve razões: tinha uma filhinha nova e estava grávida.
Na primeira vez que esteve por aqui, antes de eu a conhecer, ficou doente. Foi na época da gripe suína e como veio de um país estrangeiro teve que passar uns dias “quarentena no hospital”. Não comentava, mas deve ter detestado as vindas para cá.

Os outros dois que eu havia conhecido lá eram animados e cabeça “aberta”, o Xavier participava sempre dos nossos eventos, gostou da feijoada e até aprendeu a jogar truco com a gente. Viu que a gente tomava cachaça e cerveja nas trucadas e numa das suas vindas trouxe uns vinhos franceses de qualidade. Foi a trucada mais chic que já participei.
Vieram vários outros estrangeiros durante o projeto e como ficam pouco tempo a cada vinda para cá, a melhor maneira de identificá-los é dando apelidos relacionando-os com famosos. Tinha a Miriam Leitão, o Sting, o Marcelo Tass, ...

Só para matar a curiosidade de quem não sabe, de nada em francês é “de rien”. Não vou mais esquecer.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Projetos curtos e causos engraçados

Projetos curtos e causos engraçados.

Nos projetos curtos às vezes nem dá para conhecer direito o local ou a cidade em que estamos.
A gente fica só na correria do trabalho.
Quando o trabalho é em São Paulo, costumo ir e voltar no mesmo dia e acontece a mesma coisa.
O engraçado é que em relação às pessoas também é mais ou menos assim.
Acho que é porque nesses casos não temos tantas oportunidades de sair juntos e falar de outras coisas que não sejam relacionados ao projeto.
A maioria, inclusive eu, volta rápido para suas casas e famílias após o trabalho.
Mas é claro, também ocorrem causos.

Num projeto em Sampa, não tão curto, uma parte foi na Lapa e outra na região de Pinheiros.
Teve muitas histórias, casamento de colega e várias novas amizades. Desse projeto deverão ter outros “posts”, porém nesses dias me lembrei de dois causos dali que tem que ser contados:

O primeiro é a de um carinha que vinha comigo para Campinas num carro alugado pela empresa.
Normalmente íamos em quatro pessoas no carro, mas naquele dia só estávamos nós dois
Ele tinha comprado um presente de aniversário para sua esposa e no meio da rodovia dos Bandeirantes abriu para me mostrar.
Meu! Era uma pequena cobra e ele ficou brincando com ela entre os dedos.
Gritei para ele guardar logo aquele negócio. Ele jurava que ela “não fazia nada”.
No dia seguinte ele me contou que havia ido a uma loja de animais para comprar uma casinha para ela.
O vendedor alertou que ele deveria ter cuidado, pois esse tipo é pequeno, normalmente não ataca, mas é venenosa. Disse também que não deveria ficar brincando com ela nas mãos, pois é comum ocorrer acidentes quando ela toca com os dentes nos dedos da pessoa.
Comentei: - É... por pouco não causou um acidente, automobilístico, no dia anterior.

Outro causo foi a de uma colega Jundiaíense.
Tínhamos dois carros alugados. Um para a turma de Jundiaí e outro para a turma de Campinas.
Fim de expediente. Saí do escritório e fui ao estacionamento. Exausto, tinha ficado até mais tarde e ainda iria pegar o pessoal em outro lugar. Entreguei o comprovante e em minutos veio o funcionário desesperado.
- Cara acho que uma mulher levou seu carro.
Assustei e pensei: vai ser uma longa noite.
Comecei a pedir mais detalhes. Quando o rapaz começou a descrever a mulher... bingo! Me toquei.
Os carros alugados eram parecidos, mesmo modelo e com chaveiros iguais da mesma locadora. Haviam entregado para minha colega de Jundiaí o nosso carro.
Peguei o celular e liguei para ela. Ela estava no pedágio e só por isso atendeu a ligação. Disse que eu estava atrapalhando ela dirigindo. Quando estava começando a ficar brava comigo falei:
- Você pegou o carro errado. - Você foi até o pedágio e não percebeu? He he he.
Aí ela disse:
- Nossa! Eu tava vendo que tinha algo diferente, mas não sabia o que era. - Nossa! O rádio é outro. Bem que eu vi que na ida estava em outra emissora.
Após tudo esclarecido convenci com facilidade o rapaz do estacionamento, que ainda estava assustado, a me entregar o outro carro para que eu pudesse voltar pra casa.
Pensei: Ufa! Vou descansar.

Teve um projeto rápido, também em Sampa no bairro do Limão.
A empresa cliente era agradável de trabalhar, mas o local era péssimo. Algumas quadras da marginal num lugar ermo.
Lá fiz muitos amigos. Já conhecia o Ramiro do projeto de Porto Alegre, a Vera conheci lá e como foi na época em que ela se casou ficou marcado na lembrança. O gerente de projeto do lado do cliente se chamava Michael. Era um Dinamarquês, tinha mais ou menos 2,05 m de altura. Como normalmente é difícil eu ter que olhar para cima para conversar com alguém, isso também marcou. Tinham dois Marcelos, os dois muitos legais. Um deles foi com o Michael desfilar no carnaval do Rio, muitas histórias. A equipe estava bem unida e ficou uma amizade legal, apesar do curto tempo de trabalho juntos.

Projeto em Guarulhos, pessoal também legal. Local feinho, feinho. Ao lado da via Dutra.
Tinha um rapaz de Itapira. A cidade tem fama de ser de malucos, devido aos vários hospitais psiquiátricos de lá. O “figuraça” confirmava um pouco isso.
Dizia que conhecia toda a cidade e tinha mais de 20 mil amigos lá. Contou a lenda de um dragão supostamente enterrado sob a cidade e que um dia vai se levantar e destruir toda a região.
Disse que o apelido da cidade é “A linda”.
Pesquisei sobre o apelido e é verdade. Existe também uma lenda urbana sobre esse dragão, mas isso não impediu que “zoássemos” muito com ele. Ele ficava o tempo todo vendo os aviões que decolam do aeroporto dizendo que um dia iria ver um “stolando”.
Tive que passar algumas noites em claro por conta desse projeto.
Isso passa.
Uma vez por semana almoçávamos no restaurante “Caipira” na Dutra..
O Marcio, a Beth, o Amilton, o Betão, a Dani, o Webert e lógico o Itapira eram minhas companhias costumeiras. Comida excelente. Fui com esse pessoal algumas vezes ao boliche também. Diversão garantida.
Às vezes pintava também um joguinho de sinuca no horário de almoço com o Fabio e o Petterson.
Isso fica.
Da cidade em si, ôôô lugar descuidado. A única coisa que me lembro de agradável é o parque Maia.

Outro desses projetos “relâmpagos” foi em Piracicaba, cidade vizinha da cidade onde nasci Limeira.
A cidade está diferente, é agradável, sempre gostei de lá.
Relembrei do sotaque característico (divertido), da ESALQ, do rio Piracicaba. Não encontrei as pamonhas, mas ainda tem muito caldo de cana vendendo na rua.